O SC Braga mostrou-se, esta quinta-feira, disponível para acolher refugiados ucranianos e garantir-lhes emprego no clube.
“Reconhecendo e enaltecendo o trabalho que tem sido desenvolvido por este Governo na abordagem ao conflito, o SC Braga mostra-se amplamente disponível para receber refugiados oriundos da Ucrânia, integrando-os na sociedade portuguesa e bracarense e garantindo-lhes emprego nas mais variadas áreas do clube, tudo isto ao abrigo do mecanismo simplificado para a obtenção de proteção temporária por parte de refugiados ucranianos”, referem os ‘arsenalistas’ em comunicado.
O SC Braga considera que “o Mundo atravessa um dos períodos mais sombrios da sua história recente” e que “este vil ataque perpetuado pela Rússia de Vladimir Putin não deixa indiferentes todos aqueles que cresceram na liberdade e que acreditam nos valores da democracia”.
“Do alto dos seus mais de 100 anos de história ao serviço da comunidade bracarense, da região minhota e de Portugal, o SC Braga não poderia, de maneira nenhuma, ficar arredado deste conflito que nos afeta, que nos comove e que nos revolta”, acrescenta o clube, garantindo que está “do lado certo da história”.
“E esse lado só poderá ser pelo fim da guerra, pela defesa da liberdade, pela preservação da democracia e, acima de tudo, pela valorização das vidas humanas”, realça.
O emblema bracarense diz acreditar que “o desporto deve ser um meio de agregação e inclusão” e, por isso, “se propõe a prestar auxílio a todos aqueles que fogem da barbárie da guerra que assola, por estes dias, território ucraniano”.
“Mais do que um ato solidário, este é um dos grandes propósitos do SC Braga: aliar o lado desportivo à vertente social, ajudando todos aqueles que, pelas mais variadas razões, gritam por auxílio. Foi assim com a entrega de 90 toneladas de alimentos aos refugiados que chegaram à Grécia em 2016; será assim com os refugiados que, agora, escapam de um conflito que atenta a liberdade e a democracia”, conclui.
A Rússia lançou na madrugada de 24 de fevereiro uma ofensiva militar com três frentes na Ucrânia, com forças terrestres e bombardeamentos em várias cidades. As autoridades de Kiev contabilizaram, até ao momento, mais de 2.000 civis mortos, incluindo crianças, e, segundo a ONU, os ataques já provocaram mais de 100 mil deslocados e pelo menos 836 mil refugiados na Polónia, Hungria, Moldova e Roménia.
O Presidente russo, Vladimir Putin, justificou a “operação militar especial” na Ucrânia com a necessidade de desmilitarizar o país vizinho, afirmando ser a única maneira de a Rússia se defender e garantindo que a ofensiva durará o tempo necessário.
O ataque foi condenado pela generalidade da comunidade internacional, e a União Europeia e os Estados Unidos, entre outros, responderam com o envio de armas e munições para a Ucrânia e o reforço de sanções económicas para isolar ainda mais Moscovo.