O Instituto de Mobilidade e Transporte (IMT) está à procura de um novo espaço para instalar a sua delegação em Viana do Castelo, uma vez que a atual, na Rua Carolino Ramos, em Monserrate, não possui as condições adequadas para albergar nem trabalhadores nem utentes. Essa constatação foi feita pela Unidade de Saúde Pública de Viana do Castelo, após uma auditoria às instalações.
No relatório ratificado por despacho do delegado de saúde de Viana do Castelo, é possível constatar que a deslocação das técnicas Joana Cunha e Marta Pinto àquelas instalações na sequência de “um email remetido” à unidade de saúde que colocava em causa as condições de trabalho do espaço, resultou em mais de uma dezena de situações em incumprimento assinaladas.
Durante a visita das técnicas, acompanhadas da responsável pela delegação, Cristina Ferreira, foram verificados incumprimentos básicos como a “inexistência de um ponto de água na copa ou qualquer ventilação”.
Na casa de banho para homens, há problemas na rede de esgotos, que “por vezes se estendem no sentido da sala de exames”, isto falando em termos de odores. Já o WC das mulheres não tem janela, mas existe uma sala de vidro “tipo aquário” que também não tem qualquer janela nem ventilação e serve para atender telefones.
Arquivo está um ‘caos’ e arruma-se nos corredores
Já o arquivo documental também não possui qualquer ventilação, natural ou artificial, o que leva à presença de humidade em toda a área, que por sua vez tem “excesso de material” o que provoca “obstrução de circulação”.
As técnicas apontaram que, face ao ‘caos’ do arquivo, o que lá deveria estar é arrumado nos corredores, que também funcionam como vestuários (onde estão os armários individuais).
Humidade e deformação
Segundo o relatório, a que O MINHO teve acesso, no gabinete dos examinadores há humidade nas paredes, risco elétrico, deformação de pavimento e “elevada densidade ocupacional” para o tamanho da sala.
No arquivo geral, as paredes têm “muita humidade”, além de se encontrar também com “excesso de material armazenado”. “Observou-se sinais de humidade no material aqui acondicionado”, aponta o relatório.
A humidade e deformação no pavimento, assim como o risco elétrico, também foram apontadas na sala de arrumos, no gabinete dos juristas, no Economato, bem como no gabinete em frente a este. Outras salas também não possuem janela, com a ventilação a ser feita com recurso à porta aberta.
Foi ainda detetada a presença de quadros elétricos sem sinalética e alguns extintores estavam fora do prazo de validade.
IMT à procura de casa nova
Em resposta a O MINHO, o IMT “reconhece que as condições de salubridade em algumas divisões das instalações da sua delegação em Viana do Castelo não são as mais adequadas”, assegurando estar à procura de outro local.
“Nesse sentido, este Instituto tem vindo a sondar os mercados público e privado de imobiliário com o objetivo de transferir os serviços da delegação para novas instalações que reúnam as condições adequadas para os trabalhadores e para a manutenção de um serviço público de qualidade na cidade de Viana do Castelo”, diz a nota daquele órgão público com administração autónoma a partir de Lisboa.
No entanto, assegura que “enquanto este processo decorre, o IMT tem vindo a adotar algumas medidas tendo em vista a mitigação dos problemas prementes e continuará a fazê-lo sempre que necessário”.