Braga vai acolher, entre 02 e 12 de novembro, o novo festival literário “Utopia”, certame que vem substituir a tradicional Feira do Livro. A edição de estreia terá 11 dias de uma programação “intensa e para todos os públicos”, foi hoje anunciado pela Câmara.
O festival é uma criação da “The Book Company”, em parceria com o Município de Braga, e contará com o popular humorista Ricardo Araújo Pereira no primeiro dia de certame.
O “Utopia” tem este ano o tema “territórios literários” e irá reunir mais de 100 convidados, dezenas de parceiros e “forças vivas da cidade” — bibliotecas, livrarias e agentes culturais e económicos.
“Autores de primeira linha, em diversas áreas da cultura e do saber, marcam a agenda do festival em diversos formatos como conversas, espetáculos, workshops, sessões em escolas, oficinas, passeios literários e outros”, refere a autarquia.
Logo no primeiro dia, Ricardo Araújo Pereira e Frederico Lourenço protagonizarão a sessão inaugural, no Theatro Circo.
A nível internacional foram revelados os nomes de Ludmila Ulitskaya, escritora russa exilada em Berlim que é há vários anos apontada como forte candidata ao Prémio Nobel da Literatura, e Karina Sainz Borgo, jornalista dedicada à área da cultura residente em Espanha que dedica muito do seu trabalho às questões sociais e políticas da Venezuela, de onde é natural.
Dulce Maria Cardoso e Susana Moreira Marques estão também já confirmadas para o “Utopia”. Afonso Cruz é outro dos convidados confirmados e terá uma participação especial no festival, tendo a seu cargo a criação de um espctáculo inédito inspirado no conceito de “Utopia” e assumindo esse mesmo nome.
A programação irá concentrar-se sobretudo no Espaço Vita, em particular na Capela Imaculada, “um espaço com ambiente inconfundível que servirá de amostra notável do património bracarense”.
Conversas com autores, entrevistas de vida, workshops, oficinas, ações de capacitação, espetáculos e outros formatos darão corpo ao programa que será revelado progressivamente, ao longo dos próximos meses.
“O livro enquanto peça central das outras artes e manifestações culturais é o ponto de partida para uma programação que centrará nos fins-de-semana as propostas para o público em geral e famílias. Nos dias úteis, o festival estará sobretudo focado no público escolar e institucional”, notou.
Para o presidente da Câmara Municipal de Braga, Ricardo Rio, a aposta no “Utopia” representa muito mais do que investir num novo evento. “Estamos a dotar a cidade e a região de uma oferta cultural de forte atratividade turística que consolida a estratégia que temos vindo a seguir na promoção da literatura. É um salto qualitativo para a cultura em Braga e a sua realização anual permitirá potenciar o trabalho em rede junto dos agentes culturais, criativos e económicos”, referiu.
Como sublinhou o edil, quando se colocou a possibilidade de Braga ser a “casa-mãe de um festival literário que partiria de uma cidade portuguesa para conquistar o mundo com uma projeção e qualidade de programação de referência”, a resposta foi “imediatamente positiva”.
“Estamos a cumprir com este evento os objetivos de estimular a leitura, o contacto com autores de referência, com os nossos próprios autores Bracarenses e a cobrir todo o território com o livro”, acrescentou.
Paulo Ferreira, director Geral da “The Book Company”, realçou a ambição de replicar internacionalmente o festival. “Estamos já a preparar os planos de expansão do evento para, num prazo de cinco anos, estarmos em Espanha e do outro lado do Atlântico. Mantendo uma edição anual em Braga, a internacionalização do festival permitirá criar uma montra para a promoção dos autores e criadores portugueses, colocando Braga no roteiro dos eventos literários de referência”, disse, apontando a escolha de Braga como resultado da dinâmica cultural exibida pela cidade.
“Queremos dar mais um contributo para afirmar o território e dinamizar económica, cultural e turisticamente este destino”, referiu, citado em comunicado.