Declarações após o jogo SC Braga – Sporting (1-0), da meia-final da 17.ª edição da Taça da Liga de futebol, disputado hoje no Estádio Municipal Dr. Magalhães Pessoa, em Leiria:
– Artur Jorge (treinador do SC Braga): “Foi um dos pontos-chave. Tivemos que ser eficazes ofensivamente e defensivamente.
A abordagem ao jogo é de uma grande entrega e de um grande compromisso dos jogadores. Tivemos de saber sofrer, e sofrer unidos, para tentar anular a capacidade do Sporting.
Na primeira parte, houve mais Sporting, com alguma felicidade da nossa parte. Corrigimos alguns posicionamentos ao intervalo. Fizemos o golo e tivemos mais oportunidade para fazer o golo.
Chegar à final era o nosso grande objetivo. Ganhámos só um jogo, que nos dá acesso à final. Mais nada do que isso.
Tivemos alguma felicidade na primeira parte, em que o Sporting teve um ascendente sobre nós. Tivemos alguma infelicidade na segunda parte. O que queríamos era ser competentes, com sentido de equipa, para nos agarrarmos uns aos outros e estarmos na final.
A final, vamos aguardar, [o adversário] pode ser o Estoril [Praia] também.
O Vitor [Carvalho] foi também uma peça chave. Assim como o Rodrigo Zalazar, pedimos que ele tivesse um posicionamento diferente e de grande sacrifício. O João [Moutinho], com a sua capacidade de estar sempre bem posicionado. Seria injusto se não destacasse o comportamento de todos os jogadores. Podemos olhar para a equipa e tivemos três jogadores da equipa B no banco.
Um espírito de grande entreajuda, companheirismo e qualidade. Principalmente na segunda parte, com bola. Destacar um ou outro jogador é redutor. Tiveram todos eles uma seriedade e uma ambição tremenda.
O Bruma fez 15 minutos em Famalicão. No último treino, sentiu desconforto, foi avaliado hoje de manhã e deu negativo. Acabámos por não ter algumas peças de valor.
Aquilo que pensamos na opção do Álvaro [Djaló] mais próximo do Ricardo [Horta] foi de ter dois jogadores mais rápidos e mais intensos na saída com bola.
A importância do jogador não se reduz a ser titular. O importante é contribuir e o Abel [Ruiz] acrescentou valor. Trouxe o golo, merecido, e hoje fez o golo que nos leva para a final. Satisfeito por ele também.
Hoje, estivemos muito bem nesse momento. Defrontámos o melhor ataque da liga e estivemos bem nesse momento.
Quando digo que tivemos pouca saída de bola, tivemos alguma dificuldade porque não conseguimos ligar o jogo. Foi aí que foi preciso intervir. Acabámos por melhorar.
Na primeira parte, dentro daquilo que tentámos, tivemos algumas ações de insucesso. Foi preciso saber sofrer em alguns momentos. Ter a equipa compacta. Sabíamos que íamos ter uma equipa pela frente animicamente muito capaz pelo que está a fazer na Liga.
Foi preciso um Braga a trabalhar como equipa. Que queria muito e que trabalhou muito para chegar à final.
O ano passado estive na final da Taça de Portugal e ficámos em terceiro lugar. Isto faz-se de ganhar jogos e não se resume a ganhar jogos com determinados adversários.
Tenho coisas que me consomem muito mais e que me preocupam. Isto não se faz de ganhar o jogo A e perder os outros, três, quatro ou cinco. É preciso consistência.
Quero um Braga a lutar sempre pela vitória, umas vezes conseguimos, outras não. Ganhámos bem ao Sporting, que é uma equipa fortíssima.
Gostava de ter muitos adeptos, dizer que esta vitória é para eles também. Do grupo de trabalho para os adeptos. Estando cá [em Leiria] ou não, sei que sofreram por nós.
[Abel Ruiz] Falta de confiança não tem, o grupo sabe o que trabalha. Este golo é importante porque nos capitaliza para a final. Um avançado fica sempre mais confortável quando faz mais golos. Por ter feito golo, mas sobretudo pelo SC Braga.
– Rúben Amorim (treinador do Sporting): “Toda a gente está desesperada por vencer. Não terá impacto termos menos uma competição, mas ainda temos essas para ganhar.
É obrigatório ganhar títulos este ano. A pressão é a mesma e queremos ganhar os outros títulos. O que falhou foram os golos. Mexi quando devia ter deixado a equipa assentar e depois aí poderíamos ter feito qualquer coisa.
O que falhou foi que o Braga marcou na única oportunidade que teve e nós falhámos todas as que tivemos.
Há jogos que a equipa é superior, mas tem vários momentos em que não domina o jogo. Perdemos um título, mas foi óbvio durante o jogo que queríamos muito ganhar. Por não sermos fortes na finalização, perdemos o jogo.
Isto não acaba aqui e temos agora quatro meses para um sprint final para fazer o máximo.
A equipa jogou melhor do que o Sporting de Braga, mas o pior momento foi quando a equipa não assentou.
Era mais fácil porque faltavam apenas dois jogos, por aí era mais fácil. Não havia a ideia de que se ganhássemos a Taça da Liga então poderíamos descansar.
Queremos uma coisa muito óbvia desde o primeiro dia e vamos atrás dela um bocadinho desesperadamente.
O estofo vamos ver no fim. Simplesmente, olho para os jogos e não consigo ver um jogo em que não fomos melhor e que merecíamos perder. Tirando a Atalanta, na primeira parte.
O que interessa é o resultado, mas quando olho para a equipa vejo uma equipa com estofo. Esteve perdida em cinco minutos, perdemos um bocadinho o domínio, mas em nenhuma fase do jogo podemos considerar que o Braga esteve melhor e isso é um facto.
Financeiramente, o Sporting está bem orientado. A minha parte não é financeira, neste momento não tenho qualquer tipo de problemas desses.
Estamos desesperados, porque somos um clube grande e queremos muito vencer.
O que há a fazer é os sportinguistas vão encher o estádio, recuperar as forças e, assim que a bola rolar, ir atrás da bola com mais fome.
Estamos na frente. Ganhando, seguimos na frente. São quatro meses onde toda a gente vai dar o máximo.
Em relação ao Pote [Pedro Gonçalves], cortou-se no pé. Fez um excelente jogo e em sacrifício.
O [Eduardo] Quaresma tem sido uma surpresa para toda a gente. A forma como joga, como ataca e a capacidade física dele, é muito óbvia essa capacidade”.