Declarações após o jogo Olímpico do Montijo-Sporting de Braga (0-7), da quarta eliminatória da Taça de Portugal em futebol, realizado hoje no Estádio Nacional, em Oeiras:
Carlos Carvalhal (treinador do SC Braga): “Uma vitória contra uma equipa séria, que defrontou uma equipa que foi muito séria também. O Sporting de Braga abordou o jogo a sério, respeitou o adversário com mentalidade inglesa, jogando nos limites até ao fim. Isto é que é respeitar o adversário, que deu bastante luta.
Houve uma quebra entre o segundo e o terceiro golo e a responsabilidade é minha. Passámos a ter o corredor esquerdo sem um jogador aberto. Quando entendemos que era o tempo de lançar o Iuri [Medeiros] e o Galeno, abrimos a frente de ataque, virámos a largura e, aí, com um adversário desgastado, avolumámos o marcador.
São números expressivos. Ponho-me no papel do Rui Narciso, são situações difíceis. Eles foram muito sérios, bateram-se bem e nós fizemos um jogo, até determinada altura, a pensar na gestão da equipa e, depois, a procurar fazer mais golos. Quando se chega a sete golos, tenho de ter respeito pelo adversário, foram bravos até ao fim.
[Sobre o sorteio da Liga Europa e se falou com Paulo Fonseca] Fico contente por jogar contra um treinador português e uma grande equipa como a Roma. O Sporting de Braga, na altura certa, vai abordar esse jogo, querendo passar a eliminatória e sabendo que é um grande clube, com uma dinâmica de jogo incrível, mas o Sporting de Braga aborda todos os jogos para ganhar e é isso que vamos fazer na altura.”
Rui Narciso (treinador do Olímpico do Montijo): “Não acho que os números sejam exagerados, tenho de ser sincero. A diferença de valor entre as equipas é gritante. Temos consciência de que íamos enfrentar uma equipa que, além da qualidade individual fortíssima, apresenta processos muto solidificados.
Tivemos oportunidade de poder analisar o Sporting de Braga, uma equipa que está bem sólida, sobretudo no processo ofensivo. As suas dinâmicas são bastante difíceis de defender. Comparar o Olímpico do Montijo que, no dia 09 de setembro, tinha nove jogadores para começar a época dia 20… O resultado foi aquilo que é realmente a disparidade do valor das duas equipas.
O [Miguel] Lázaro fez uma grande exibição e, se calhar, salvou-nos de os números serem ainda maiores. É claro que não ficamos felizes com estes números, não queríamos que o Olímpico do Montijo, pelo clube em si, pela cidade, pelas pessoas, saísse daqui com uma derrota por 7-0. Tínhamos de estar conscientes das dificuldades que íamos encontrar. Ganhar seria utopia, mas 2-0 ou 3-0, se calhar ficaríamos de um ânimo mais leve.
Neste tipo de jogos, não temos nada a perder, só a ganhar. Ao intervalo, estávamos a perder por 2-0, que em nada envergonhava aquilo que estávamos a fazer. Para ampliar o marcador, o Sporting de Braga teve de recorrer a um tipo de jogadores com uma qualidade diferente, como o Galeno ou o [Ricardo] Esgaio, que acabaram realmente por fazer a diferença na segunda parte.
À medida que o resultado se vai avolumando, vai-se perdendo a magia de fazer algo na Taça e vai fragilizando os jogadores do Olímpico do Montijo. Viemos ao Jamor, que por si só já é um estádio mítico, é o realizar de um sonho para todos. Só fico angustiado por não poder ter público.”