Demissão da Comissão Concelhia do PS/Braga. É esta a hipótese que está, esta tarde, em cima da mesa na reunião do órgão a realizar na sede em Braga.
Fonte partidária disse a O MINHO que o órgão, presidido por Artur Feio, deve demitir-se, antecipando-se a uma decisão da Comissão de Jurisdição Nacional do partido, a considerar ilegal a lista que liderou nas eleições internas, em janeiro de 2018. O que implicaria a subida à liderança da Comissão Política de Jorge Faria, que perdeu as eleições para Feio.
Contactado a propósito, o líder concelhio Artur Feio disse a O MINHO que não sabia de nada: “está-me a dar uma novidade!”, afirmou, adiantando apenas que estarão em discussão “questões internas”, escusando-se a dizer quais.
Uma fonte da oposição interna contraria esta versão, acrescentando que se suspeita que Feio tente criar uma comissão administrativa para gerir o partido nos próximos meses, a qual seria controlada por elementos que lhe são afetos: “querem controlar o processo de escolha
de deputados”, frisou.
No interior do PS, e para além dos opositores ligados a António Braga e conotados com António José Seguro – genericamente anti-geringonça e
contra a liderança distrital de Joaquim Barreto – haverá uma “guerra surda” entre Hugo Pires (atual deputado e dirigente nacional) e Pedro Sousa. Ambos quererão integrar a lista de deputados por Braga em lugar elegível.
O MINHO contactou um outro elemento da Comissão Política que disse nada saber oficialmente sobre os motivos que levaram Artur Feio a pedir uma reunião “urgente”: “é muito estranho que se peça uma reunião urgente, sem se dizer o porquê aos seus membros”, lamentou.
Esta fonte diz ter, também, informações de que Feio procurará “tornear” a decisão da Comissão de Jurisdição, o que – salienta- “ é mais um erro grave que corresponde a uma distorção do que devem ser os princípios democráticos do PS”.
Em 2018, o atual presidente da secção concelhia de Braga do PS, Artur Feio, venceu as eleições internas com 70,9 por cento dos votos, contra 20,9 do seu opositor, Jorge Faria, da lista B.
Feio elegeu 43 militantes para a Comissão Política, enquanto Faria se ficou pelos 20. A lista A concorreu sob protesto, já que recorreu, no período pré-eleitoral, para os órgãos de jurisdição do partido, por entender que a moção política do vencedor foi entregue fora de prazo.
Esta reclamação terá sido agora aceite pela Comissão de Jusrisdição. Algo “estranho” já que demorou um ano.