Manuel Barros, vereador do PSD de Ponte de Lima, apresentou, na reunião de câmara desta segunda-feira, uma proposta ao Município relacionada com a promoção da saúde oral que contemplaria a comparticipação de tratamentos preventivos a pessoas carenciadas.
“Proponho que o Município promova a Saúde Oral, envolvendo os médicos dentistas aderentes, comparticipando ou suportando tratamentos preventivos, restaurações, extrações, alisamentos radiculares, desvitalizações e colocação de próteses a pessoas comprovadamente carenciadas”, pode ler-se na proposta apresentada.
A maioria CDS, liderada por Victor Mendes, chumbou a proposta – o vereador eleito pelo Movimento 51 absteve-se – alegando que a a mesma não é suficientemente explicita para que pudesse ser tomada uma decisão consciente sobre o assunto, nomeadamente no que diz respeito às questões legais e de competência nesta matéria.
Para Manuel Barros, esta proposta surgiu no âmbito de um conjunto de outras iniciativas de apoio social que tem vindo a defender no exercício das suas funções e que têm merecido a reprovação da maioria.
“Face ao nível de pobreza que atinge parte da população do concelho de Ponte de Lima, o acesso aos cuidados de saúde torna-se restritivo e nalguns casos impeditivo. Em tempo oportuno apresentei uma proposta para comparticipação na aquisição de medicamentos que não mereceu a aprovação da maioria, neste executivo”, afirma, acrescentando que “ninguém poderá ignorar, que tal proposta serviu de mote para alguns municípios avançarem nesse sentido e aprovarem tal medida”.
O único vereador eleito pelo PSD chamou ainda à atenção para o facto de o presidente da Câmara Municipal de Ponte de Lima afirmar, “com uma tónica acentuada em cerimónias oficiais, a disponibilidade financeira do Município”, mas, no final, as suas propostas de âmbito social serem reprovadas.
“As minhas propostas de âmbito social, que têm merecido a reprovação da maioria, são propostas similares a muitas propostas que têm sido aprovadas e executadas por outros municípios que estão em recuperação financeira e que por isso não gozam da dita disponibilidade financeira. Contudo, essas aprovações e execuções não são impeditivas de darem continuidade à recuperação financeira programada. Daqui se conclui que o apoio social e uma política social consistente, capaz de dar resposta às necessidades da população, é uma questão apenas de opção política”, sublinha Manuel Barros.
“Em Ponte de Lima, a política social do Município está muito aquém do esperado. A maioria responde com passividade à situação de crise social e financeira das famílias limianas. O Município, nos últimos anos, não procurou, não soube ou não quis, aprofundar a sua política de modo a dar respostas eficazes às situações de pobreza extrema, de miséria e de carência alimentar e material”, acrescenta.
Para esta iniciativa, a autarquia deveria destacar, segundo o vereador, uma verba de 80.000 euros anuais.