Está aí a 14.ª edição do Pequenos Rebentos Alvarinho, vinho assinado por Márcio Lopes, produtor da sub-região de Monção e Melgaço que, pela primeira vez, atribuiu um prémio por quilo de uva por serem oriundas de vinhas velhas plantadas antes de 1993, situação “rara” na região.
“Uma política de reconhecimento e respeito pelos viticultores e pelo terroir, que vem reforçar a estratégia da empresa de valorizar as castas esquecidas e as vinhas antigas para que estas tenham condições de serem recuperadas”, explica a empresa, em comunicado.
Este prémio junta-se ao já atribuído aos viticultores que tenham vinhas livres de herbicidas.
Já em 2021, Márcio Lopes, “contrariando a tendência de mercado”, começou a pagar 1 euro/kg pelas uvas tintas em Monção e Melgaço.
Novo Pequenos Rebentos Alvarinho
Tal como os restantes vinhos associados ao projeto Pequenos Rebentos, Márcio Lopes continua a apostar numa fermentação a temperatura mais elevada, entre os 18º e os 23º, do que o tradicional, em cuba de inox com recurso a battonâge.
“O equilíbrio entre as características dos solos de Melgaço, que potenciam o lado mais floral do vinho e o desenvolvimento de uma fruta com maior amplitude e concentração e de onde provêm 70% das uvas, e os solos férteis de Monção, que complementam a equação dando-lhe um carácter mais frutado, num balanço entre a intensidade aromática e a delicadeza da casta Alvarinho”, explica o produtor.
O Pequenos Rebentos ficou no ‘Top 10’ dos Melhores Alvarinhos do Mundo pela Revista Decanter, em 2021.
Para Márcio Lopes, 2023 apesar de ter sido o ano em que fizeram a vindima “mais cedo de sempre” – 26 de agosto – foi um ano em que houve “muita nascença, mas perto de junho houve uma monda natural, fruto das humidades e calor, em que se perderam alguns cachos”.
“Apesar disso, conseguimos ter uvas com boa concentração, obtendo vinhos equilibrados e com uma acidez “no ponto”, diz.
Uma das novidades desta edição do Pequenos Rebentos Alvarinho é o formato da garrafa. Da garrafa alta e esguia até agora conhecida passaram a utilizar uma garrafa mais baixa, um pouco mais larga e, acima de tudo, mais leve que pode ser guardada de pé no frigorífico.
A ambição do produtor, para quem a sustentabilidade na sua visão integral está no “topo das prioridades”, é “reduzir a pegada ambiental em toda a cadeia de valor ao mesmo tempo que privilegia a experiência do consumidor”.
Atualmente, no seu portefólio de vinhos utilizam garrafas de 75cl, aproximadamente, 45% mais leves no global e reduziram o uso de plástico e de caixas com tintas e colas tóxicas.
O vinho estará disponível na Festa do Alvarinho e do Fumeiro, em Melgaço, entre 26 e 28 de abril.