O presidente da Câmara de Fafe, o independente Raul Cunha, que foi eleito em 2013 pelo PS, previu, esta quarta-feira, que o partido não vai precisar da sua ajuda para ganhar as autárquicas de 2017 no concelho.
“O PS não vai precisar da minha ajuda”, afirmou o autarca, em conferência de imprensa realizada nos Paços do Concelho, quando questionado sobre se admite ser candidato em 2017 pelos socialistas.
Raul Cunha acrescentou: “O PS está sólido e coeso e tem todas as condições para ir sozinho, sem recorrer aos independentes e ter uma nova vitória”.
As declarações desta quarta do presidente da Câmara constituem a primeira reação oficial ao resultado das recentes eleições para a liderança do PS local, das quais saiu vencedor o antigo presidente da Câmara, José Ribeiro, derrotando Pompeu Martins, o atual número dois da autarquia, que era apoiado por Raul Cunha. Dias antes da disputa partidária, o presidente da Câmara disse aos jornalistas que só aceitaria ponderar uma eventual recandidatura autárquica pelo PS se Pompeu Martins saísse vencedor.
“O que está dito, está dito e está gravado”, recordou.
O autarca disse aceitar ter sido um dos derrotados daquelas eleições, apesar de, frisou, não ter sido candidato a nada.
A propósito, felicitou José Ribeiro pela vitória, que considerou “natural”, atendendo à relação de “laços e afetos” que ainda há entre o ex-presidente da Câmara e os militantes do PS de Fafe.
“O regresso do doutor José Ribeiro é bem-vindo”, vincou Raul Cunha, antevendo que o novo líder do PS não irá “defraudar” as expetativas dos militantes e garantir mais uma vitória nas autárquicas para os socialistas.
No dia 9 de julho, após as eleições partidárias por uma margem confortável, o vencedor foi questionado pelos jornalistas sobre o futuro de Raul Cunha, admitindo ser “muito difícil” uma eventual recandidatura do atual presidente da Câmara.
Se o fizesse, destacou, “seria uma grande cambalhota”.
Já hoje, Raul Cunha foi questionado sobre se acredita numa candidatura de José Ribeiro à presidência da Câmara. O atual chefe do executivo não respondeu diretamente à questão, mas afirmou: “O doutor José Ribeiro é um político profissional, astuto e experiente que não dá um passo sem uma razão”.
O presidente da Câmara admitiu também as dificuldades do atual mandato, tendo também em conta “as divergências grandes no pensamento político” com José Ribeiro e os seus apoiantes.
Raul Cunha lembrou que tem estado em lados diferentes nos recentes combates eleitorais, ao apoiar o secretário-geral do PS, António Costa, enquanto José Ribeiro apoiava António José Seguro.
Também nas presidenciais, Raul Cunha apoiou Sampaio da Nóvoa e José Ribeiro deu a cara pela candidatura de Maria de Belém.
“O PS de Fafe não está muito alinhado com o PS nacional e isso tem sido uma das divergências”, comentou, acrescentando: “O PS [de Fafe] parece não estar tão alinhado e por isso não quererá o meu contributo”.
Raul Cunha disse acreditar ser possível terminar o seu mandato na Câmara “sem sobressaltos”, cumprindo a confiança que os eleitores lhe confiaram, mas espera uma conversa com o novo líder do PS, que se encontra de férias, para tratar essa e outras matérias.
“Temos desenvolvido o nosso trabalho com toda a dedicação e empenho”, anotou.
O autarca independente disse estar preparado para regressar à sua atividade profissional como médico, sublinhando não ser político e não depender da política, mas nada fará para prejudicar o PS.
A propósito, reafirmou que só aceitou ser candidato à Câmara em 2013, quando em 2012 foi chamado pelo partido e por José Ribeiro, num “momento de dramatismo” e de divisão interna.
“Respondi a um pedido da ajuda”, recordou.
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