O Governo britânico retirou Portugal da lista de países seguros, com exceção das regiões da Madeira e Açores, e a partir de sábado obriga a cumprir uma quarentena de duas semanas ao chegar ao Reino Unido, foi hoje anunciado.
“Através de informação aperfeiçoada, agora temos a capacidade de avaliar ilhas separadas dos seus países continentais. Se chegar a Inglaterra vindo dos Açores ou Madeira, não precisará de se isolar por 14 dias”, escreveu o ministro dos Transportes, Grant Shapps, na rede social Twitter.
De acordo com o ministro, a medida, que também afeta a Hungria, Polinésia Francesa e ilha da Reunião, entra em vigor às 04:00 de sábado em Inglaterra.
A Escócia já tinha excluído Portugal da sua lista de “corredores internacionais” a partir de 05 de setembro, enquanto que o País de Gales aplicou restrições um dia antes, mas manteve a Madeira e Açores isentos de quarentena.
Grant Shapps acrescentou que a Suécia vai passar a estar isenta de quarentena.
Portugal só foi incluído na lista dos países com “corredores de viagem” com o Reino Unido há três semanas, a 20 de agosto, porém o aumento contínuo do número de casos de infeção em Portugal terá pesado na decisão, que era esperada na semana passada, quando ultrapassou o nível de 20 casos por 100 mil habitantes.
Data shows we need to remove PORTUGAL (minus the AZORES and MADEIRA), HUNGARY, FRENCH POLYNESIA and REUNION from the Travel Corridor list to keep everyone safe. If you arrive in England from these destinations after 4am Saturday, you will need to self-isolate for 14 days.
— Rt Hon Grant Shapps MP (@grantshapps) September 10, 2020
Na altura, Shapps alegou que não excluiu Portugal devido à “taxa de positividade” em declínio.
Portugal contabilizou hoje 585 novos casos de infeção relacionados com a pandemia de covid-19 e na véspera tinha registado 646, mais do dobro das registadas na terça-feira.
O índice de transmissibilidade efetivo (Rt) encontra-se atualmente nos 1,12, um valor considerado de risco.
A situação epidemiológica de covid-19 em Portugal agravou-se desde meados de agosto, de acordo com um estudo da Direção-Geral da Saúde (DGS) e Instituto Nacional de Saúde Dr. Ricardo Jorge (INSA), tendo sido registadas 3.909 novas infeções entre 17 e 30 de agosto.