Várias dezenas de populares de Salto, em Vila Real, manifestaram-se contra o encerramento naquela vila da agência bancária Crédito Agrícola, previsto para sexta-feira, criticando mais uma medida que “patrocina o desinvestimento”.
O balcão do Crédito Agrícola em Salto, no concelho de Montalegre, distrito de Vila Real, irá encerrar na sexta-feira, deixando a vila apenas com uma agência bancária com presença física, o Millennium BCP.
Após terem recebido cartas a dar conta do encerramento, os habitantes de Salto concentraram-se hoje junto às instalações do banco e manifestaram a sua preocupação, sobretudo para com a população mais envelhecida.
O protesto contou ainda com a presença de pessoas de localidades próximas à vila do concelho de Montalegre, que utilizam o balcão, como do concelho de Boticas, também do distrito de Vila Real, e dos concelhos de Cabeceiras de Basto e Vieira do Minho, no distrito de Braga.
Entre as palavras de revolta e protesto, vários populares manifestaram a intenção de fecharem as suas contas naquela instituição.
As alternativas para os clientes do banco se deslocarem a balcões mais próximos estão a cerca de 20 ou mais quilómetros. O balcão de Cabeceiras de Basto é o mais próximo (20 quilómetros), seguindo-se Vieira do Minho (32 quilómetros), Boticas (33 quilómetris) e Montalegre (37 quilómetros).
Para Hernâni Carvalho, o fecho do banco causa um grande transtorno à população envelhecida, pois “os serviços bancários disponibilizados ‘online’ não servem a grande parte das pessoas de Salto”.
“O Interior tem de ter outra dinâmica e, quando perdermos ciclicamente o pouco que ainda temos, isso é devastador para nós”, alertou o habitante da vila transmontana que é também o comandante dos Bombeiros Voluntários de Salto.
Hernâni Carvalho realçou ainda que a “retirada de serviços patrocina o desinvestimento e o despovoamento”.
Apenas com uma instituição bancária com presença física em Salto, a preocupação da população prende-se ainda com os “rumores” de que o balcão do Millennium BCP irá fechar “durante dois ou três dias por semana”.
Também João Poças, habitante de Salto, marcou presença no protesto, lembrando que um banco é “indispensável”, principalmente numa localidade virada para o sector agrícola.
“Esta situação afeta-nos bastante. Grande parte das pessoas habitantes são agricultores e seria importante fazerem-se alguns esforços, a nível das entidades competentes, para evitar este fecho”, vincou.
João Poças teme que “o Interior e Norte do país acabem por ficar totalmente desertificado”.
A Lusa contactou a instituição bancária, que indicou não ter mais nada a acrescentar sobre o tema.
Autarcas com “esperança”
Os presidentes das câmaras de Montalegre e Ribeira de Pena saíram hoje da reunião com o presidente do Crédito Agrícola com a “esperança”, e “quase certeza”, de que não serão encerrados os balcões em Salto e Cerva.
Os autarcas dos concelhos do distrito de Vila Real promoveram hoje, em Lisboa, uma reunião com o presidente do conselho de administração do Crédito Agrícola para contestar o encerramento anunciado dos balcões na vila de Salto, no concelho de Montalegre, e na vila de Cerva, no concelho de Ribeira de Pena.
No final da reunião, o autarca de Montalegre, Orlando Alves, disse à Lusa ter ficado com “esperança” de que os argumentos apresentados “foram atendidos”.
“É uma esperança – dita de forma enfática, feita quase de certeza, – de que as nossas razões e argumentos foram atendidos e que os balcões vão ter continuidade”, destacou.
Para o presidente da Câmara de Montalegre, o Crédito Agrícola é um “banco do mundo rural, para apoiar as pessoas que não dominam as novas tecnologias, e que tem de estar próximo dos pequenos e grandes produtores agrícolas e de pecuária”.
“Foi isso tudo que viemos dizer, eu e o presidente da Câmara de Ribeira de Pena [João Noronha]”, acrescentou.
A população de Salto manifestou-se hoje contra o encerramento do único balcão da instituição bancária na vila, anunciado para o final do mês.
Após terem recebido cartas a dar conta do encerramento, os habitantes de Salto concentraram-se hoje junto às instalações do banco e manifestaram a sua preocupação, sobretudo para com a população mais envelhecida.
As alternativas para os clientes do banco se deslocarem a balcões mais próximos estão a cerca de 20 ou mais quilómetros. O balcão de Cabeceiras de Basto é o mais próximo (20 quilómetros), seguindo-se Vieira do Minho (32 quilómetros), ambos no distrito de Braga. Boticas (33 quilómetros) e Montalegre (37 quilómetros) são alternativas no distrito de Vila Real.
Já para os clientes do balcão de Cerva, a alternativa mais próxima é na sede de concelho, em Ribeira de Pena, a uma distância de 15 quilómetros. Cabeceiras de Basto (20 quilómetros) e Vila Pouca de Aguiar (30 quilómetros) são também alternativas.