As Câmaras de Amares e Vieira do Minho decidiram encerrar ao trânsito automóvel a Ponte de Parada, mais conhecida como a Ponte do Bôco, por graves problemas estruturais.
O caso não é novo mas agravou-se nos últimos tempos. “O ferro já está todo a nu e as fissuras são evidentes” revela o Presidente da Câmara de Amares, Manuel Moreira.
Numa reunião conjunta entre as câmaras, as duas juntas de freguesia e técnicos municipais de ambos os lados, “face à falta de condições que a ponte apresenta e aos mais recentes casos de colapsos no país, decidimos encerrar totalmente a ponte”, refere ainda o autarca.
A decisão final teve o contributo do professor da Universidade do Minho, José Sena Cruz, um dos estudiosos desta infraestrutura e que “nos disse que não havia garantias que a ponte não colapsasse, se não houvesse uma urgente intervenção”.
O professor universitário vai agora elaborar um caderno de encargos com todos os custos associados a uma intervenção de fundo. “Terão que ser depois as duas câmaras a decidir o que querem fazer: ou avançamos para a sua requalificação ou partimos para a construção de uma de raiz”.
Esta última opção terá que ser sempre “no âmbito de uma candidatura porque os municípios não têm capacidade financeira para construir uma ponte nova”, revela ainda o autarca de Amares.
Amares e Vieira do Minho já tinham decidido, em dezembro, proibir a passagem de viaturas com mais de 3,5 toneladas mas um mês depois a decisão é mais radical. A passagem fica apenas acessível de forma pedonal.
O autarca reconhece, ainda, que “a decisão pode trazer constrangimentos às dezenas de veículos que passam lá todos os dias mas não podemos ficar com o ónus caso aconteça alguma coisa”.
A ponte do Bôco é a mais antiga em Portugal feita em betão armado, tem mais de 100 anos e liga as Freguesias de Bouro (Santa Maria) em Amares e Parada de Bouro em Vieira do Minho. Está classificada de Monumento de Interesse Público.