A ponte de arame que liga Celorico de Basto a Amarante, cruzando o rio Tâmega nos lugares de Lourido e Rebordelo, é um elemento de elevado interesse histórico e patrimonial, cuja recuperação há muito é reclamada pelos dois concelhos e pela sua população.
A decisão de não construir uma barragem em Fridão “criou agora as condições para a sua recuperação que avança agora por vontade dos dois Municípios e incluída no plano de ações da Associação de Municípios do Baixo Tâmega, referiu a Câmara de Celorico de Basto, em comunicado enviado à imprensa.
Estão identificadas, no relatório do Departamento de Engenharia Civil da Universidade do Porto, várias debilidades na estrutura, nomeadamente a corrosão de arames e a degradação dos elementos de madeira, que serão corrigidas, tornando esta ponte novamente disponível para a travessia de peões, servindo a população local e valorização turística.
A obra de recuperação está orçamentada num valor que ultrapassa os 300 mil euros, que serão suportados, em partes iguais, pelos dois municípios, existindo ainda a possibilidade de ser financiada, hipótese que está a ser explorada pela AMBT.
José Peixoto Lima, presidente da autarquia celoricense, destaca “a importância da realização desta obra, de carácter intermunicipal, que faz justiça ao esforço dos nossos antepassados que a construíram com enorme esforço, unindo as populações vizinhas de Lourido e Rebordelo que estavam separadas pelo Tâmega”.
“Na altura da sua construção esta era uma obra importante para a serventia da população, nos dias de hoje, esta ponte de arame tem o valor acrescido do interesse patrimonial e o seu reflexo na oferta turística”, disse.
“Esta era uma obra há muito desejada pelos dois Municípios e reclamada pela população local, que nutre por ela um carinho muito especial. A decisão de não avançar com a construção da barragem de Fridão permite, finalmente, que os dois Municípios juntem esforços na sua recuperação”, concluiu.
A Ponte de Arame sobre o Tâmega foi construída no princípio do séc. XX, por volta de 1926, que permitia a travessia do rio Tâmega. Esta ligação não só permitiu a realização de negócios entre a população dos dois lados da ponte bem como a constituição de inúmeras famílias entre pessoas das duas margens do rio.