A Polícia Judiciária (PJ) de Braga foi, na manhã desta segunda-feira, às instalações da Misericórdia de Vila Verde em busca elementos que permitam concluir se a Santa Casa local está a financiar um jornal do concelho, o Semanário V, hoje publicado em formato digital.
Ao que O MINHO apurou, a brigada, chefiada pela inspetora-chefe Marlene Vilaça, procura confirmar alegadas suspeitas de financiamento indevidas àquele órgão de comunicação social, já que – diz fonte próxima do processo – extravasa as funções sociais a que está sujeita em termos estatutários, que são eminentemente sociais
O Departamento de Investigação e Ação Penal pediu à PJ a investigação das eventuais irregularidades, após a Procuradoria-Geral da República ter recebido uma carta anónima – o que vem sendo frequente em Vila Verde –, alertando para uma suposta existência de um saco azul no organismo liderado por Bento Morais, de cujo fundo sairia dinheiro para financiar o Semanário V.
O MINHO tentou contactar o provedor Bento Morais e o Semanário V, mas sem sucesso.
Justiça investiga outra denúncia contra a Misericórdia de Vila Verde
Já não é a primeira vez que a Misericórdia de Vila Verde está na mira da justiça, continuando sob investigação uma denúncia anónima, segundo a qual, o Provedor Bento Morais tem quatro familiares diretos na gestão dos principais departamentos e três outros que fornecem mercadorias e serviços à instituição.
Como O MINHO noticiou na altura, a denúncia enviada por carta à PGR, ao presidente da República, ao Ministro do Trabalho e ao Arcebispo de Braga fala de “uma só família com salários acima da média numa IPSS onde os 400 funcionários recebem o salário mínimo”. Diz que o Provedor usa um cartão de crédito sem limite e com compras para a casa da família e férias e aquisições de luxo pessoal que entram na conta da IPSS”.
Concretizando, diz que o Provedor, há 20 anos no cargo, tem a filha à frente dos Recursos Humanos e Serviços Jurídicos; uma nora à frente da Contabilidade e Tesouraria; o filho à frente das Obras; e um genro a gerir um dos lares da Misericórdia.
Na altura, fontes próximas do provedor, que não se quis pronunciar, atribuíam a queixa a elementos do PSD local. Que, por sua vez, respondia a queixas do PS local contra a autarquia.