Paredes de Coura aprova orçamento de 18 milhões para 2023

Com abstenção da CDU

O orçamento de Paredes de Coura para 2023, de 18 milhões de euros, menos cerca de 500 mil euros do que o atual, foi aprovado pela Assembleia Municipal, com a abstenção dos dois deputados da CDU, foi hoje divulgado.

A captação de investimento e criação de emprego, a aposta em meios de produção na área da biotecnologia e no domínio das tecnologias, bem como o enriquecimento do parque habitacional para fixar pessoas, são algumas das prioridades do documento aprovado na quarta-feira.

“Apesar de ser muita a incerteza dos últimos tempos, isso não impediu que assumíssemos, sem hesitações e com pioneirismo, ações de captação de investimento que poderão mudar a estrutura industrial produtiva de Paredes de Coura”, afirma o presidente da Câmara, Vítor Paulo Pereira, citado numa nota hoje enviada às redações.

Na Assembleia Municipal de Paredes de Coura, o orçamento para 2023 foi aprovado pelos 11 deputados do PS, por quatro da coligação PSD/CDS-PP e recolheu a abstenção dos dois deputados da CDU.

Anteriormente, foi aprovado por unanimidade pelo executivo municipal, composto por quatro elementos do PS e por um vereador da coligação PSD/CDS-PP.

Contactado hoje pela agência Lusa, o vereador do PSD/CDS-PP, Venâncio Fernandes, adiantou que na declaração de voto, a mesma apresentada nas duas votações do orçamento, a coligação explica que apesar de “não concordar com uma série de medidas e da estratégia de investimento nas zonas empresas, votou favoravelmente por entender que é importante que o executivo municipal tenha todas as condições para cumprir o que se propõe”.

“Há uma aposta muito grande nas zonas industriais para a captação de investimento, que colide com a falta de habitação. Achamos que deveria existir um equilíbrio maior. É arriscado num concelho de interior criar condições para existir investimento e não ter condições de fixação das pessoas por falta de alojamento. Estamos a trabalhar para uma coisa de que não vamos conseguir tirar proveito”, disse.

Defendeu ainda que “não deveria ser cobrada a derrama de 1% às empresas e de 3% de IRS às famílias do concelho”.

“Nesta fase, defendemos que era importante dar um sinal às famílias de classe média, que não têm apoios do Estado. As empresas não devem ser mais penalizadas do que já foram. É um imposto injusto que não deveria ser cobrado às empresas”, afirmou.

O deputado da CDU, José Manuel Alves, justificou a abstenção por considerar que “apesar do orçamento conter medidas bastante positivas” é um documento “demasiado otimista”.

“Em 2023 haverá um aumento muito forte do custo de vida, da inflação, das taxas de juro e este orçamento não será, totalmente, exequível”, apontou.

Já para o presidente da Câmara Municipal, Vítor Paulo Pereira, “a criação da fileira biotecnológica industrial” vai permitir “a diversificação dos setores produtivos”, tornando “possível a criação de emprego mais qualificado e a fabricação de produtos de elevado valor”.

Segundo o autarca, “o novo modelo de desenvolvimento projetado para Paredes de Coura terá já reflexos no início do próximo ano com a aguardada conclusão da ligação à Autoestrada 3 (A3), bem como a conclusão do alargamento e requalificação da zona industrial de Formariz”.

“Num contexto de execução mais alargado, destaca-se ainda a construção de um novo parque empresarial em Linhares, em fase de projeto, bem como a requalificação do parque empresarial de Castanheira, com a construção de uma variante entre esta área e a de Formariz”, destacou Vítor Paulo Pereira.

O “plano de investimentos para 2023 incluiu um montante “próximo dos 6,3 milhões de euros, que representa 35% do total orçamental e espelha a capacidade de investimento do município”.

O investimento nas zonas industriais dispõe de “uma fatia de 1,4 milhões de euros” para “reforçar a aposta na criação de riqueza e de emprego com representando 22% do orçamento”.

A “ligação à A3, a expansão da rede de saneamento, as obras na escola básica, a aposta inovadora e tecnológica nos bairros digitais e na Elevadora, nos projetos turísticos, na recolha e tratamento de resíduos e biorresíduos e o projeto Coura Renatural representam um investimento de 3.394.900 euros”, disse.

A “educação e cultura, com um investimento de 3.278.050 euros, são duas áreas estratégicas que muito têm contribuído para a formação das crianças e jovens courenses e, simultaneamente, para a afirmação territorial de Paredes de Coura, no contexto nacional”, concluiu o autarca.

 
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