A pandemia veio prejudicar a possível entrada de mão de obra para trabalhar no setor da construção, juntando-se ao já existente problema da perda de atratividade do setor, afirmou hoje António Carlos Rodrigues, presidente da Comissão Executiva do Grupo Casais, com sede em Braga.
A propósito de uma ação de recrutamento que o grupo de Mire de Tibães irá realizar em Lisboa, no próximo dia 13 de novembro, o CEO defendeu que “os fluxos de entrada de migrantes ficaram prejudicados com a covid-19”, argumentando a possibilidade de reverter a problemática com recurso a máquinas e robôs que substituam a mão humana.
António Carlos Rodrigues diz ser “possível contrariar esta realidade, através do aumento da produtividade com introdução de sistemas construtivos mais industrializados que reduzam a necessidade de mão de obra corrente”, algo que, avalia, irá aumentar a atratividade do setor perante o mercado de trabalho.
Defendeu ainda que, para combater o desemprego, uma das estratégias do grupo passará por “uma maior aposta na formação e qualificação de colaboradores, quer do setor, quer de outros setores afetados”.
Em comunicado enviado a O MINHO, o grupo aponta o ano de 2008 como início de uma “crise” no setor da construção, “deparando-se diariamente com falta de mão-de-obra”. Esse declínio deve-se “essencialmente a dois fatores”, assinalam: aumento da média de idade dos profissionais e saída de profissionais do setor para a Europa.
O grupo, que foi recentemente responsável por obras como o Pavilhão de Portugal na Expo Dubai, a Ala Pediátria do Hospital de S. João no Porto ou o Hospital da Camama, em Angola, entre outras, decidiu realizar uma iniciativa chamada “Meet&Greet”, onde pretende “preencher as cerca de 40 vagas disponíveis nas mais diversas áreas”.
Engenharia, arquitetura, gestão e apoio ao backoffice, “essencialmente perfis que integrem projetos de inovação e transformação digital, industrialização, ecommerce e análise de dados”, pode ler-se na nota enviada.
A Casais foi criada em Braga a 23 de maio de 1958 e é hoje uma das maiores empresas do setor da construção em Portugal, mantendo o cariz familiar.
Em 1994, iniciou o processo de internacionalização, na Alemanha. Atualmente, o Grupo opera em 17 países: Portugal, Alemanha, Angola, Bélgica, Gibraltar, Gana, Holanda, França, Marrocos, Moçambique, Brasil, Qatar, Argélia, Reino Unido, Emirados Árabes, Espanha e Estados Unidos, mas da história da sua internacionalização constam outros países como a Rússia, o Cazaquistão, a China e Cabo Verde.
Em 2020 ganhou pela quarta vez consecutiva o prémio de melhor construtura nacional atribuído pelos Prémios Construir.
Fechou o ano com um volume de negócios agregado de mais de 520 milhões de euros, sendo os mercados internacionais responsáveis por 310 milhões.