O Tribunal de Viana do Castelo condenou hoje a oito anos de prisão efetiva os seis homens acusados de traficar 400 quilogramas de cocaína avaliada em 20 milhões de euros.
Durante a leitura do acórdão de 56 páginas o juiz presidente disse que foi dada como provada os factos constantes da acusação, bem como o acrescento que o tribunal realizou na última sessão, afirmando que os seis homens “atuaram de forma concertada e de acordo com um plano previamente acordado”.
O juiz justificou que a pena aplicada teve em conta o facto de os arguidos não terem antecedentes criminais e o seu perfil social.
A moldura penal do crime de tráfico de droga oscila entre os quatro e os 12 anos.
A “operação Alçapão”, da PJ, que acompanhou um contentor com cocaína em estado puro até chegar a um armazém localizado em Vila Nova de Muía, em Ponte da Barca, carregado num camião. Os suspeitos foram detidos e encontram-se em prisão preventiva, entre os quais a pessoa que alugou o armazém, e residia em Vila Verde.
Conforme noticiou O MINHO em primeira mão, cerca das 06:00 horas do dia 04 de março de 2020, os inspetores da Polícia Judiciária solicitaram auxílio dos Bombeiros de Ponte da Barca para uma abertura de porta, no local onde foi encontrada a droga.
Os bombeiros foram munidos de ferramentas típicas de desencarceramento, mas não se tratava de uma porta e sim de um contentor de um camião aparcado dentro das instalações alvo da operação anti-tráfico.
Com recurso a rebarbadoras, cortaram o fundo do contentor, percebendo-se no imediato que existia um “segundo compartimento”. Debaixo de uma camada de esferovite que dividia um fundo do outro, os próprios bombeiros encontraram dezenas de fardos suspeitos.
Após análise dos inspetores, foi confirmado que o conteúdo dos pacotes era cocaína. Foram encontradas dezenas de fardos, com um peso de quase 400 quilos, no valor de milhões de euros em preço de mercado.
O contentor iria sair para um destino internacional europeu, via terrestre.
O comerciante acabou por levantar algumas suspeitas por não lhe serem conhecidos grandes negócios de venda de fruta, todavia, continuava a importar a mesma e a encher os armazéns com bananas e abacaxis.
Há relatos na região de que o homem, que residia em Vila Verde, tinha por hábito oferecer caixas de frutas a quem conhecia. Uma casa luxuosa e uma carrinha topo de gama acabaram por incrementar ainda mais as suspeitas da PJ, que pediu mandados de busca e detenção para esta operação.