A freguesia de Perelhal, em Barcelos, vai voltar a manifestar-se contra a linha de muito alta tensão (LMAT), no domingo de manhã, com uma marcha lenta na EN 103, que liga aquele concelho a Esposende.
A concentração, convocada pelo movimento Perelhal diz não à LMAT , que tem o apoio da Junta, está marcada para as 09:00 no largo do Alívio, zona central daquela freguesia atravessada pela EN 103.
No passado dia 19 de julho, a marcha lenta ‘entupiu’ a estrada nacional, provocando longas filas e o presidente da Junta de Freguesia, Fernando Miranda, está convicto de que o protesto no próximo domingo terá ainda mais força.
“Estamos a trabalhar em todos os sentidos para ser muito mais forte do que a última. Temos que mostrar a quem manda a fibra de que são feitos os perelhalenses. Desta vez vai ser com mais força, estamos nisto de corpo e alma”, realça o autarca.
O facto de muitos emigrantes por esta altura estarem de regresso à terra “também vai ajudar”. “A mobilização das pessoas vai fazer a diferença”, garante Fernando Miranda.
Perelhal, recorde-se, não aceita o traçado que o governo definiu para a LMAT, por estar muito próximo das habitações.
A Junta de Freguesia fez uma proposta de alteração do traçado que foi entregue ao governo num processo intermediado pela Câmara de Barcelos.
Até hoje, no entanto, não houve resposta e, por isso, a freguesia volta a sair à rua.
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“[Esta marcha lenta] vai no sentido de pressionar as entidades a uma resposta ao pedido da junta de freguesia”, realça o autarca. “Submetemos uma proposta alternativa, menos gravosa, e até à data não temos respostas de ninguém, embora tenhamos diligenciado nesse sentido”, acrescenta.
Em julho, dois dias antes da anterior manifestação, Fernando Miranda e o presidente da Câmara de Barcelos reuniram em Lisboa com o secretário de Estado da Energia, a secretária de Estado do Ambiente e uma técnica da REN.
“Houve alguns indícios, mas, a partir daí, não houve mais nada, as portas estão todas fechadas, e nós precisamos de saber, porque não vamos andar nisto toda a vida”, critica Fernando Miranda.
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A proposta apresentada ao governo “consiste em desviar a linha totalmente dos aglomerados habitacionais, passando onde não provoque nenhum impacto junto de habitações”.
A LMAT já começou a ser instalada no concelho de Barcelos, mas ainda não chegou a Perelhal, que continua a lutar por um novo traçado.