Uma nova descarga de água em tom acastanhado foi registada esta sexta-feira, a seguir diretamente para o rio Este, na cidade de Braga, resultando em um “cheiro nauseabundo”.
O registo, captado cerca das 14:45 junto ao posto de combustíveis da Repsol, na zona da ciclovia junto à rotunda das piscinas (Rodovia), foi enviado a O MINHO por um leitor, que testemunha a cor acastanhada a sair de um bocal.
A mesma testemunha fala em um “cheiro nauseabundo” aquando do início das descargas, contrariando uma eventual hipótese de se tratar de terras arrastadas pelas águas das chuvas.
Segundo recente levantamento feito por O MINHO, a brigada verde da GNR, ou SEPNA (Serviço de Proteção da Natureza e do Ambiente), recebeu 125 denúncias de descargas no rio Este, nos últimos cinco anos.
As autoridades dirigem-se ao local e efetuam autos, com a descrição da descarga, tentam rastreá-la e comunicam o sucedido à Agência Portuguesa do Ambiente. A média são duas contaminações mensais.
Apesar das descargas detetadas, em 2020 apenas uma empresa foi autuada, com uma contraordenação muito grave. No ano de 2019, foram três as empresas multadas por contaminar o rio Este. Existem empresas reincidentes, apesar de o valor das contraordenações, muito graves, atingirem o valor de 144 mil euros.
A canalização das águas pluviais da cidade está, na sua maioria, dirigida diretamente para o rio. O SEPNA nota, no entanto, que o número de descargas poluentes tem vindo a reduzir ao longo dos anos, e o trabalho de fiscalização do rio foi intensificado.
As principais indústrias e atividades económicas associadas à contaminação do curso de água são as tinturarias, as mecânicas, o têxtil e as metalúrgicas, segundo as autoridades competentes.