O navio de cruzeiros oceânicos totalmente construído em Viana do Castelo, MS World Explorer, esteve arrestado pelas autoridades judiciais durante algumas horas, esta sexta-feira, por uma alegada dívida de 2,7 milhões. Uma garantia bancária apresentada à última da hora permitiu que o barco zarpasse do porto de Lisboa.
A embarcação portuguesa, propriedade do grupo Mistyc Cruisers, SA – que gere a empresa Douro Azul -, estará em dívida para com uma das empresas de Viana do Castelo que ajudou a construir o paquete, a VianaDecom.
De acordo com o jornal Público, o barco atracado no porto de Lisboa só zarpou ontem à tarde rumo ao Brasil porque foi apresentada uma garantia bancária por parte da empresa portuense, liderada pelo conhecido empreendedor Mário Ferreira.
A quantia pedida pela empresa vianense passa por trabalhos extra que foram realizados fora do âmbito do acordo inicial, assim como o custo de mão de obra associada aos mesmos.
Primeiro navio oceânico 100% construído em Viana do Castelo já navega nos mares do Norte
A decisão do arresto foi tomada pelo Tribunal Marítimo de Lisboa, na sequência do pedido por parte da VianaDecom, que está inserida num consórcio que construiu este navio, o primeiro totalmente construído em Portugal. A Capitania de Lisboa executou o arresto até ser dada ordem em contrário, após a garantia bancária ter sido executada.
O litígio entre estas duas empresas não é novo. Um atraso por parte da VianaDecom na entrega do navio gerou um pedido da Mistyc Cruisers de 19 milhões de euros, mas o tribunal não lhe reconheceu o crédito.
Quanto ao World Explorer, prossegue viagem com dezenas de passageiros pelo Atlântico, rumo ao Brasil, embora a grande atração do navio seja a adaptabilidade para navegar nos mares gelados do ártico, graças ao seu casco com proteção especial, capaz de navegar mesmo em gelo com um metro de espessura.
Ambas as empresas não prestam declarações.
