Declarações após o jogo Gil Vicente-Belenenses SAD (2-0), da 16.ª jornada da I Liga de futebol, disputado hoje no Estádio Cidade de Barcelos, em Barcelos.
Vítor Oliveira (treinador do Gil Vicente): “Foi uma vitória muito importante, perante um adversário direto, que queria inverter a imagem deixada no último jogo [goleada caseira sofrida diante do SC Braga, por 7-1]. Demos uma resposta boa e conquistámos uma vitória justa.
Pelo que fizemos nos primeiros 30 minutos, podíamos ter ido para o descanso em vantagem. Não conseguimos por ineficácia nossa, mas, na segunda parte, alcançámos dois golos e fechámos a primeira volta em casa sem derrotas, o que nos orgulha depois de termos recebido FC Porto, Sporting, Vitória SC e SC Braga.
Não temos o talento de outros adversários, mas temos um carácter fantástico e o cheiro a suor, fator importantíssimo no campeonato. O Gil Vicente trabalha muito e quando está organizado é difícil para qualquer oponente. Não somos tão eficazes quanto gostaríamos no plano ofensivo, mas funcionamos como uma equipa.
A invencibilidade caseira deve-se ao espírito coletivo. Queremos fazer do nosso estádio uma casa importante para nós e os próprios resultados ditam isso. Vamos continuar a querer ser fortes nos jogos em Barcelos e durante os treinos.”
Pedro Ribeiro (treinador do Belenenses SAD): “A nossa imagem foi totalmente distinta face ao último jogo, apesar de termos perdido. O futebol é assim: as equipas mais serenas, normalmente ganham.
O Gil Vicente conseguiu sê-lo em detrimento de nós próprios. Vi um jogo equilibrado, em que a equipa com mais estabilidade emocional conquistou os três pontos. O futebol é um jogo de competência e o adversário foi mais competente que nós.
Ganhámos ao Desportivo das Aves, ao Paços de Ferreira e ao Tondela, três equipas à nossa semelhança e que também lutam pela permanência. A forma como perdemos em Barcelos e em Moreira de Cónegos foi igual à forma como derrotámos essas equipas.
De pouco importam as boas exibições quando não trazemos pontos. Não queremos vitórias morais e vínhamos aqui claramente à procura dos três pontos. Não conseguimos, ficámos desiludidos por isso, mas há que seguir em frente e trabalhar.
Naturalmente queríamos estar mais acima, mas a diferença pontual entre estar um patamar ou cinco posições acima da linha de água é muito curta e reflete o equilíbrio da I Liga, que é ainda mais notório esta temporada. Hoje lutámos e estivemos comprometidos do primeiro ao último minuto, mas apanhámos uma equipa eficaz na fase decisiva do jogo.
Hoje estreámos dois sub-23 [Tomás Castro e Edi Semedo]. Independentemente de o jogador ser mais jovem ou mais experiente, o treinador precisa de qualidade. É uma questão de oportunidades. Aqueles grandes jogadores que estamos habituados a ver na televisão tiveram de ser lançados algum dia, caso contrário, não conseguiam atingir o estrelato. No Belenenses SAD apostamos em quem devemos apostar por mérito.”