O ministro da Cultura cumpre quarta e quinta-feira, nos concelhos do Porto e Esposende, duas etapas do percurso dedicado à “Cultura que somos”, e que tem como tema a inclusão, anunciou hoje o gabinete de Pedro Adão e Silva.
Em comunicado, o ministério refere que o objetivo daquele percurso é “conhecer e dar voz às ações, aspirações e dinâmicas que constituem a realidade cultural portuguesa”.
“Este percurso incide de novo sobre projetos que abraçam a causa da inclusão, contribuindo para o enriquecimento do nosso panorama cultural e artístico, ao mesmo tempo que transformam vidas afetadas por obstáculos de natureza diversa, originados em situações específicas de doença, condição física ou contexto social”, acrescenta o comunicado.
No Porto e em Esposende, Pedro Adão vai visitar quatro estruturas que trabalham diversos domínios artísticos, do teatro à fotografia, passando pelas artes visuais e circenses.
O primeiro ponto de paragem é a Junta de Freguesia do Bonfim, no Porto, onde se inteirará do projeto “Do Lado de Fora”, com direção artística do ator e encenador Rui Spranger.
Trata-se de um grupo teatral criado por pessoas sem-abrigo, numa parceria entre a Apuro – Associação Cultural e Filantrópica e a Junta de Freguesia do Bonfim.
O seu objetivo é proporcionar a integração de pessoas em situação de sem-abrigo ou exclusão social.
Também no Porto, o ministro visitará o projeto “INCukTurar-te: Incluir pela Cultura”, promovido pelo Clube Fenianos Portuenses, vocacionado para a integração de grupos em risco de marginalização social.
Trata-se de uma parceria com o Teatro Experimental do Porto (TEP) e várias instituições de solidariedade social.
“Q-CIRCO” é nome da terceira iniciativa que o governante visitará no concelho do Porto, mais concretamente no Centro Educativo Santo António, promovida pela Companhia Erva Daninha.
Este projeto propõe-se contribuir para a inserção profissional de 40 jovens em situação NEET (que não estudam, não trabalham, não estão em formação), utilizando as artes circenses como ferramenta de desenvolvimento pessoal e social.
Na quinta-feira, em Esposende, o projeto em destaque será “Por um Galho”, desenvolvido pelo Grupo de Ação de Solidariedade Social de Antas.
Em causa, um projeto de intervenção social e artística pela natureza, que trabalha a inclusão e a valorização de população sénior vulnerável, através do seu envolvimento na conceção, execução e exposição de instalações artísticas efémeras baseadas na natureza e construídas com materiais naturais.
“A criação artística tem um enorme potencial para derrubar barreiras, sendo aliás essa uma das suas características: barreiras sociais, económicas, geográficas, a par de barreiras individuais, que têm a ver com a doença, ou com a condição física”, afirma Pedro Adão e Silva, a propósito do tema deste novo percurso, citado pelo comunicado.
A iniciativa “Cultura que somos” começou a 20 de setembro no distrito de Lisboa, dedicada à Cultura Urbana.
Em outubro, o mesmo tema levou o ministro da Cultura a quatro concelhos do norte do país: Famalicão, Braga, Barcelos e Guimarães.
A Inclusão, que é o segundo tema em foco nestes percursos, teve uma primeira edição a 22 de novembro, em Lisboa, Leiria e Coimbra.
Pensados numa lógica de cobertura territorial, os Percursos do Ministério da Cultura organizam-se com base temática e o seu objetivo é fomentar a proximidade e o diálogo, no terreno, com pessoas e entidades ativas no contexto da cultura e das artes.
Os próximos Percursos incidirão sobre os temas desenvolvimento local, comunicação social regional e local, arte contemporânea em rede, indústrias criativas e cineclubes.