Ministra quer que sociedade civil compreenda o novo Conceito Estratégico da Defesa

Política
Foto: DR / Arquivo

A ministra da Defesa, Helena Carreiras, defendeu esta segunda-feira que o novo Conceito Estratégico de Defesa do país deverá ser compreensível e legível para a sociedade civil, apontando para “meados de 2023” a conclusão do documento.

“A ideia é ter um documento que seja curto mas que seja apropriável pela sociedade, compreensível nos seus objetivos e nos seus traços fundamentais”, defendeu Helena Carreiras.

A ministra falava aos jornalistas depois de ter presidido à sessão de apresentação do Conselho de Revisão do Conceito Estratégico de Defesa Nacional, que decorreu no Instituto da Defesa Nacional, em Lisboa.

“É preciso que a sociedade civil, é preciso que as pessoas compreendam este tipo de documentos e que possam identificar-se naquilo que eles significam em termos da posição do nosso país, das suas ambições, da forma como nos vemos no mundo, das ameaças que sentimos e da forma como queremos enfrentá-las”, frisou, considerando que este documento deve ser “mais curto e mais legível para todos”.

O Conselho de Revisão é presidido pelo antigo ministro Nuno Severiano Teixeira, num total de 21 membros, terá de apresentar conclusões até janeiro do próximo ano e a ministra prevê que “em meados de 2023” haverá “seguramente um novo conceito”.

Na sua intervenção, momentos antes, a ministra defendeu que este conceito deve assegurar “objetivos compreensíveis, centrados nos principais desafios contemporâneos, e na melhor forma de os enfrentar”, uma “priorização ajustada face ao contexto internacional em que Portugal se insere” e ainda “uma visão ambiciosa para a Defesa Nacional, suscetível de ser devidamente monitorizada e avaliada”.

Nuno Severiano Teixeira, que exerceu funções de ministro da Defesa Nacional entre 2006 e 2009 e preside a este Conselho de Revisão, afirmou que em 2023 o novo conceito “terá que responder ao mundo pós-guerra da Ucrânia”

“Um conceito cujo referente de segurança é obviamente o Estado mas são também as pessoas. Um conceito cujo instrumento de segurança é o uso da força, como não pode deixar de ser, mas que usa também outros instrumentos que estão muito alem do uso da força, que podem ser militares mas também podem ser não militares”, sublinhou.

Entre os membros deste conselho, que teve esta segunda-feira a sua primeira reunião, estão a presidente da Fundação Champalimaud e ex-ministra da Saúde, Leonor Beleza, a ex-secretária de Estado da Defesa (entre 2018 e 2019), Ana Santos Pinto, Bernardo Pires de Lima (conselheiro político do Presidente da República e investigador de relações internacionais), Vítor Bento (presidente da Associação Portuguesa de Bancos) ou o embaixador Francisco Seixas da Costa.

 
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