Chega diz que vitória da extrema-direita em Itália abre caminho para mudança em Portugal

Política
André Ventura em Viana. Foto: Joca Fotógrafos / O MINHO / Arquivo

O presidente do Chega, André Ventura, considerou hoje que a vitória de uma coligação de extrema-direita nas eleições legislativas em Itália abre caminho para que “a mudança aconteça em Portugal e em Espanha nos próximos ciclos eleitorais”.

Em conferência de imprensa na sede nacional do Chega, o líder saudou “fortemente o resultado eleitoral em Itália”, nomeadamente a vitória da coligação liderada pelo partido de extrema-direita Fratelli d’Italia (Irmãos de Itália), de Giorgia Meloni.

André Ventura considerou que “este resultado não é apenas um resultado italiano, ele expressa uma mudança que tem vindo a acontecer em todos os países da Europa”.

“É natural que em Portugal e Espanha se assinale com entusiasmo este resultado”, defendeu, sustentando que é um “sinal de transformação política da Europa” e de quebra do “ciclo do bipartidarismo que amolece a política”.

Considerando que foi um “resultado particularmente importante”, sustentou que “inaugura uma nova época depois do resultado das presidenciais de Marine de Le Pen”, em França.

“A vitória definitiva de Giorgia Meloni em Itália abre caminho a que essa mudança aconteça também em Portugal e em Espanha nos próximos ciclos eleitorais”, defendeu o líder do partido de extrema-direita.

André Ventura indicou que falou com Giorgia Meloni e também com o líder da Liga do Norte, Matteo Salvini, e apontou que se trata de uma “grande vitória” da coligação que permitirá que “a direita italiana venha a assumir o poder”.

Questionado se causa desconforto ao Chega a aproximação ideológica da mulher que poderá tornar-se na primeira primeira-ministra de Itália ao ditador fascista Benito Mussolini, André Ventura começou por dizer que “leu hoje uma notícia sobre isso” mas ressalvou que não gosta de falar daquilo que não sabe.

“Não conheço declarações de Giorgia Meloni no sentido de assumir defensivamente e integralmente e assumir as posições que Benito Mussolini tomou. Certamente que o que está em causa, ou estaria em causa — mas se houver outras declarações reafetarei a minha posição — o que pode estar em causa é um certo recuperar do orgulho italiano de que Benito Mussolini foi um sinal, com muitos crimes cometidos à mistura e muitos erros cometidos à mistura”, apontou.

“Penso que Giorgia Meloni se referia a esse orgulho nacional, nesse aspeto de orgulho nacional não me causa desconforto, se for ou se tivesse sido num aspeto de crimes que foram cometidos em Itália isso sim já me causaria certamente desconforto”, afirmou André Ventura.

De acordo com resultados parciais das legislativas italianas de domingo, a coligação de direita e extrema-direita – liderada pelo Irmãos de Itália e que reúne ainda a Liga, de Matteo Salvini, e o partido conservador Força Itália, de Silvio Berlusconi – obteve cerca de 43% dos votos.

O bloco de centro-esquerda, liderado pelo Partido Democrático, de Enrico Letta, deverá ter 26% dos votos.

O partido Irmãos de Itália, liderado por Giorgia Meloni, foi fundado em 2012 e tem raízes no Movimento Social Italiano (MSI), fundado pelos seguidores do ditador fascista Benito Mussolini.

 
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