Os restos mortais de um militar vilaverdense falecido há 56 anos na Guerra Colonial, em Angola, foram este domingo sepultados no Cemitério Paroquial de Ponte de São Vicente, em Vila Verde, sempre num ambiente com grande comoção, principalmente por parte da sua irmã.
A urna do 2º cabo Aquilino Silva Gonçalves tinha chegado este sábado ao Aeroporto de Francisco Sá Carneiro, na Maia, tendo sido finalmente sepultado na sua terra natal, Ponte de São Vicente, na zona Norte de Vila Verde, já perto da margem direita do Rio Homem.
As cerimónias fúnebres foram hoje presididas pelo arcipreste de Vila Verde, padre Carlos Lopes, tendo custado cerca de oito mil euros, dos quais 6.500 destinados ao Estado da República Popular de Angola, sendo os outros 1.500 para pagar a uma agência funerária.
Vítima de um acidente de viação, o vilaverdense, nascido em 1940, faria 78 anos em 2018 e tinha dez irmãos, entre os quais Otília Gonçalves, que nunca desistiu de concretizar a transladação do militar para a sua freguesia, em Vila Verde, com o apoio de um português, Carlos Rosa, que já tinha conseguido trazer para Portugal restos mortais de outro militar.
Sempre sem ajuda do Estado da República Portuguesa, o processo decorreu no Cemitério do Sassa, da Província do Bengo, onde permaneciam, já desde outubro de 1961, os restos mortais deste militar então integrado no Batalhão de Artilharia 147 do Exército Português e que deixou assim aquele cemitério já abandonado, nos arredores da cidade do Caxito, a mais de 60 quilómetros de Luanda, a capital de Angola, para regressar agora a Vila Verde.