O candidato da lista C às eleições do Vitória SC, Miguel Pinto Lisboa, crê que vai atrair o “parceiro estratégico” para financiar atividade da SAD, responsável pela equipa da I Liga portuguesa de futebol, até 2025.
Eleito em 20 de julho de 2019, o presidente em exercício dos vimaranenses recandidata-se a um segundo mandato no sufrágio marcado para sábado e, em entrevista à agência Lusa, defendeu que o clube deve assegurar um mínimo de 51% do capital da SAD, vendendo parte do capital adquirido a Mário Ferreira, acionista maioritário da sociedade anónima entre abril de 2013 e novembro de 2020, a uma entidade que ajude o futebol vitoriano a crescer.
“Estamos certos de que, neste triénio, vamos encontrar o parceiro estratégico adequado. Tem de ser alguém com condições para estar alinhado com o nosso plano estratégico e com a nossa estratégia de crescimento”, dise, no âmbito de uma campanha em que já revelou contactos com a NSWE, a empresa proprietária do Aston Villa, clube da Liga inglesa.
Ciente de que o emblema do Minho falhou a “qualificação europeia” nas duas temporadas anteriores – sétimo lugar em ambas – e de que algumas das “mudanças significativas” operadas no plantel para a época 2020/21 – 17 reforços – não tiveram o “sucesso estimado”, o dirigente em funções realça que a política de “aposta forte na formação” e na “prospeção” está a colocar os vimaranenses mais perto do “sucesso consistente” e não do “eventual”.
“No âmbito da formação, tivemos resultados muito positivos. Na formação, promovemos a profissionalização de toda a estrutura, valências transversais a todos os escalões da formação, departamentos médicos e alto rendimento e observação com resultados mensuráveis. Conseguimos ter 27 jogadores nas seleções e 15 jogadores desde a formação até à equipa A”, defendeu.
Depois do resultado negativo de 8,2 milhões de euros (ME) na operação da SAD em 2020/21, com o passivo associado de 61,7 ME e capitais próprios negativos de 3,8 ME (falência técnica), a administração da SAD aprovou, em 15 de dezembro de 2021, um plano de recuperação que prevê a redução da massa salarial de 16,7 ME em 2020/21 até 10,6 ME no final de 2021/22.
Miguel Pinto Lisboa vincou que o resultado negativo em 2020/21 se deveu ao facto de a administração ter recusado qualquer venda de jogadores, como “opção estratégica” para os valorizar, mas reconheceu que, doravante, tenciona vender “um ou dois jogadores” por época, algo que considera “intrínseco à atividade do futebol” e que levará a SAD a reaver os capitais próprios positivos até 2025.
“Alguns custos acresceram, porque contratámos alguns atletas que eventualmente não deveríamos ter contratado. Foi uma opção estratégica. Se tivéssemos vendido ativos por preços mais baixos, o resultado financeiro [de 2020/21] teria sido outro. Mas a valorização futura dos nossos ativos seria menor”, justificou.
O candidato pela lista C frisou ainda que a redução do número de contratos profissionais vai atingir um “número muito pequeno de atletas na equipa principal”, já que a equipa B, com orçamento de 2,5 ME, e a sub-23, que exige 1,5 ME por época, são, a seu ver, “importantes” para assegurar a ‘ponte’ entre a formação e a I Liga.
Miguel Pinto Lisboa projetou ainda a conclusão do mini-estádio na academia do Vitória Sport Clube para o final da época 2021/22 e revelou que há um estudo para a construção de uma residência de jogadores naquela instalação desportiva.
Quanto à nova academia, para as equipas principal e B, a projetar na zona ocidental da cidade, Miguel Pinto Lisboa quer iniciar a sua construção no próximo mandato, caso seja reeleito.
Após ter anunciado a meta dos 40 mil sócios na campanha eleitoral de 2019, o ‘rosto’ da candidatura ‘Um Vitória de todos’ repete essa promessa, que foi condicionada pela pandemia de covid-19 ao longo do mandato prestes a terminar.
“Agora temos condições para iniciar o processo que visa o alargamento da base associativa. Isso não tem a ver com fins económicos, mas de implantação do clube como marca e potência desportiva da região. Vamos estar nas freguesias do nosso concelho, fisicamente mais próximos, o que permitirá a adesão de novos sócios”, perspetivou.
A lista C, encabeçada por Miguel Pinto Lisboa, vai concorrer nas eleições de sábado com a lista A, de António Miguel Cardoso, segundo candidato mais votado em 2019, e com a lista B, liderada pelo ex-futebolista Alex Costa.