O Presidente da República defendeu hoje que com a nomeação do novo Chefe do Estado-Maior-General das Forças Armadas “está definitivamente superada a clivagem” sobre a reforma na estrutura superior da instituição militar, cuja aprovação gerou polémica.
“Fazia sobretudo sentido ser vossa excelência [general Nunes da Fonseca] sobretudo por ser o único chefe do Estado-maior que vivera em pleno, no início do ano de 2022, o debate intenso sobre a reconversão da chefia do Estado-Maior-General das Forças Armadas (EMGFA). A sua nomeação quer dizer que está definitivamente superada a clivagem desse tempo acerca de um passo tão significativo quanto questionante, e a transição deveria ter sido operada por alguém que tivesse vivido esse período específico”, sustentou Marcelo Rebelo de Sousa.
O Comandante Supremo das Forças Armadas falava na cerimónia da tomada de posse do novo CEMGFA, general Nunes da Fonseca, que exercia até hoje as funções de chefe do Estado-Maior do Exército, e que decorreu esta manhã na Sala dos Embaixadores, no Palácio de Belém, na qual também esteve presente o primeiro-ministro, António Costa, e o antecessor do CEMGFA, almirante Silva Ribeiro.
Marcelo Rebelo de Sousa referia-se à reforma da estrutura superior das Forças Armadas que consistiu, entre outras mudanças, numa concentração de mais poderes e competências na figura do CEMGFA, que gerou alguma polémica e críticas de antigos Presidentes da República como Ramalho Eanes ou Cavaco Silva.
“A sua nomeação também quer dizer que é possível e vai ser possível demonstrar que a mudança operada não foi por causa de um homem e para esse homem, e no cargo cabem e caberão perfis e visões muito diversas. Nós, titulares de cargos públicos, passamos. A instituição fica”, afirmou.
Momentos depois, Marcelo deu também posse ao novo Chefe do Estado-Maior do Exército, general Eduardo Mendes Ferrão numa curta cerimónia.
No início do mês o Governo propôs a nomeação do general Nunes da Fonseca, até agora chefe militar do Exército, para o cargo de Chefe do Estado-Maior-General das Forças Armadas (CEMGFA), sucedendo ao almirante António Silva Ribeiro que desempenhava estas funções desde março de 2018.