O anúncio da candidatura de Luís Montenegro “para ser de imediato candidato” à liderança do partido está a provocar uma onda de reações.
José Manuel Fernandes, presidente da distrital de Braga do PSD, já veio a terreiro esclarecer a sua posição sobre o atual momento do partido, garantindo que não se referia a Luís Montenegro ao usar a expressão “golpe de estado” num vídeo que divulgou sobre a situação do PSD.
Nesse video, que divulgou pelas redes sociais e rapidamente se tornou viral entre os apoiantes de Rui Rio, Fernandes defende que o atual líder do PSD tem “o direito e o dever” de ir a eleições, depois de ter sido escolhido em diretas para se candidatar a primeiro-ministro. No final, garante que “Portugal e os portugueses não alinham, não aceitam, golpes de estado.”
Ao contrário do que podia parecer, o eurodeputado assegurou que não estava a acusar Luís Montenegro de estar a promover um “golpe de estado”. “Quando falo de golpe de estado, refiro-me à hipótese de ser apresentada uma moção de censura [no Conselho Nacional, para fazer cair a direção do partido]. Sou absolutamente contra uma moção de censura. E nem sei se Luís Montenegro a apoiaria ou não. Propor uma moção de censura é uma coisa, desafiar a liderança do partido para ir a votos é outra. Até porque, se Rui Rio aceitar o desafio, e se disponibilizar para eleições, é pacífico”, acrescenta o líder da terceira maior distrital do PSD.
Fernandes vai mesmo mais longe, dizendo que “é sempre importante haver disponibilidade de militantes para serem candidatos. Se o Luís Montenegro se disponibilizar para disputar umas diretas já, é uma coisa – não vejo na disponibilidade de alguém para disputar a liderança um golpe. Mas se se disponibilizar para ser candidato através de uma moção de censura, isso já não concordo, e acho um golpe”, clarifica.
Luís Montenegro desafiou Rui Rio a marcar eleições diretas já e a apresentar a sua própria candidatura.
“Se tem mesmo Portugal à frente de tudo, mostre coragem e não hesite em marcar estas eleições internas, não tenha medo do confronto, não se justifique atrás de questões formais, o tempo é de confronto político”, afirmou, num desafio direto ao líder do PSD, numa declaração sem direito a perguntas no Centro Cultural de Belém, em Lisboa.
“Não me resigno a um PSD pequeno, perdedor, irrelevante, sem importância política e relevância estratégica”, justificou o antigo deputado.