Declarações dos treinadores do FC Porto e do Famalicão no final do encontro da 16.ª jornada da I Liga portuguesa de futebol, disputado no Estádio do Dragão, no Porto, e que terminou com a vitória dos ‘dragões’, por 4-1:
– João Pedro Sousa (Treinador do Famalicão): “Tivemos algumas dificuldades nos primeiros minutos do jogo. Não conseguimos anular o jogo do FC Porto no corredor direito. Sabíamos onde é que o FC Porto é forte. Mas, infelizmente, em duas ou três situações, as primeiras do jogo, sofremos dois golos. O terceiro golo surge de um ataque rápido. Tínhamos perfeita noção do dano que o FC Porto podia fazer na recuperação de bola.
Sofremos três golos que nos deixaram fora do contexto que era mais favorável antes de sofrermos. Mas foi através dessa ideia que recuperámos e estabilizámos em termos emocionais sem esquecer a capacidade do FC Porto. A primeira parte foi difícil, na segunda tentámos estabilizar o nosso jogo e reduzir o resultado.
O FC Porto alterou a pressão no meio-campo, fez subir mais um médio para bloquear a saída, mas fomos capazes de encontrar espaço nas costas dessa pressão. Ganhámos confiança no processo ofensivo, mas tínhamos pela frente uma equipa muito forte no processo defensivo. Não conseguimos fazer melhor. Ficámos tristes pelo resultado, mas, de alguma forma, satisfeitos porque colocámos em jogo a nossa ideia. Fomos Famalicão. É isto que nós queremos. Com os nossos defeitos e virtudes, viemos competir. Nesse aspeto saio contente com os jogadores.
Há mérito do FC Porto, é uma equipa com uma capacidade tremenda, muito pressionante com e sem bola. Houve demérito nosso porque sabíamos o que o FC Porto ia tentar fazer na ala direita e na esquerda. Tínhamos de ter corrigido essas situações a partir do primeiro minuto. Não conseguimos fazê-lo.
A partir do momento em que o Toni Martínez faz um jogo muito positivo era natural que fosse utilizado. Mas em nada alterou a nossa estratégia. Fosse quem fosse, sabíamos que ia trazer qualidade, capacidade de finalização, velocidade e ataque à profundidade. Foi o que aconteceu”.
– Sérgio Conceição (Treinador do FC Porto): “Houve muitas coisas positivas. Mas, num ou noutro momento, permitimos ao Famalicão jogar mais do que aquilo que é normal, principalmente na sua primeira fase de construção.
Os médios jogaram de uma forma livre e não foi isso que trabalhámos. Houve outros momentos do jogo em que a equipa esteve muito bem, porque, depois, ou em ataque organizado, ou em transição, fomos uma equipa forte no nosso processo ofensivo. Mas hoje não fomos capazes de ter uma boa leitura dessa pressão sobre o adversário.
Como campeões nacionais temos de entrar sempre à campeão. Eu acho que isso é que nos tem prejudicado esta época. Pensar que somos campeões é importante. Mas mais importante é fazer. É passar lá para dentro com atos, com entradas fortes, agressivas, no bom sentido. A atitude é importante. Hoje fizemos aquilo que nos que competia. Obviamente que nós, os treinadores, andamos sempre à procura da perfeição, e temos de trabalhar em cima disso. Isso é natural.
Em relação ao Carlos Secretário [que sofreu um acidente vascular cerebral, em outubro] foi uma felicidade. Foi uma alegria enorme para mim, que acompanhei este processo, que não foi nada fácil para ele. E vê-lo, neste momento, num processo da recuperação bem adiantada, fico extremamente feliz. Esta foi a grande vitória. É uma vitória também importante. Que é a saúde e a vida das pessoas.
A partir do momento em que está disponível é um jogador como os outros. Obviamente que o Pepe é um jogador excecional e que faz muita falta à equipa e é preponderante para a equipa. Aqui não há gestão nenhuma. Não adianta pensar nos outros jogos se não ganharmos este”.