Homem de Viana encontrado morto em poço na Galiza foi assassinado por negociatas com carros

Vítima já tinha diversos antecedentes criminais

O móbil do crime de homicídio cometido contra um homem de Viana do Castelo, na Galiza, em Espanha, relaciona-se com negociatas de compra e venda de carros que terão sido praticadas pela vítima, revelou o Comando de Pontevedra da Guardia Civil.

Carlos Alberto Videira do Órfão, natural de Viana do Castelo, estava emigrado há mais de 20 anos, na Galiza, apurando-se que o crime foi cometido há mais de quatro anos, na localidade de Cerquido, concelho de Porriño, na província de Pontevedra.

Em comunicado de imprensa, o Comando de Pontevedra da Guarda Civil refere que findas as suas investigações criminais, “o móbil do crime poderá estar relacionado com burlas que supostamente a vítima realizava com a compra e venda de veículos”.

Segundo aquela mesma corporação, “a vítima já tinha diversos antecedentes criminais”, resultando a Operação “Profundo 21” nas detenções de cinco espanhóis, dois dos quais estão já em prisão preventiva e os outros três são suspeitos de cumplicidade.

A Guardia Civil adiantou haver já uma data como a mais provável, para a consumação do crime de homicídio, que foi a mesma da do seu sequestro, em Vigo, no dia 13 de outubro de 2018, alegadamente cometida por dois falsos polícias.

O caso, que O MINHO tem vindo a acompanhar desde o início da descoberta do cadáver, em fevereiro de 2021, no poço de uma zona industrial de O Cerquido, do concelho de O Porriño, ganhou uma nova dinâmica com a descoberta da sua identidade.

“Através de uma complexa investigação, que demorou mais de um ano, a partir do momento em que foi apurada a identidade da vítima, conseguiu-se reconstituir os seus últimos passos”, afirma a Guardia Civil, ainda acerca do vianense, com 40 anos.

Um retrato robot inédito em Espanha permitiu a partir do rosto desfigurado do cadáver, em adiantada decomposição, chegar à identidade da vítima, já que a partir da divulgação das imagens nos jornais foi reconhecido por familiares, em Viana do Castelo.

No comunicado enviado a O MINHO, o Comando de Pontevedra da Guardia Civil explica que o caso, a cargo da sua Unidade Orgânica de Polícia Judicial, concluiu pelo cometimento de crimes de homicídio, detenção ilegal e encobrimento.

A “Benemérita” revela também as diversas fases das investigações criminais, quando num primeiro momento houve impasse com a não existência na sua base de dados do perfil de ADN compatível com o da vítima, que foi identificada por retrato robô.

Depois o Serviço de Biologia da Direção Central da Guardia Civil concluiu pela coincidência do perfil de ADN da vítima com o de uma sua familiar, que tinha contactado esta instituição, ao reconhecer as imagens do retrato robô publicadas nos jornais.

A Unidade de Antropologia Forense do Instituto de Medicina Legal da Galicia (IMELGA) conseguiu fazer o reconhecimento facial da vítima a partir do cruzamento de imagens, através de uma equipa multidisciplinar e com método pioneiro em Espanha.

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