Declarações após o jogo Vitória de Guimarães–Casa Pia (0-2), da 23.ª jornada da I Liga portuguesa de futebol, disputado hoje, no Estádio D. Afonso Henriques, em Guimarães:
– Álvaro Pacheco (treinador do Vitória SC): “Jogando em casa, queríamos muito regressar às vitórias. A nossa entrada agressiva e dominante demonstra isso, mas jogámos contra um adversário que optou por baixar as suas linhas. Não defendemos muito bem a profundidade. Nas duas primeiras oportunidades, o Casa Pia faz golo. A ganhar por 2-0, o Casa Pia baixou as linhas e retirou-nos espaço. Mesmo assim, o Vitória foi capaz de criar oportunidades.
Na primeira parte, era importante reduzir, mas não fomos capazes. Na segunda parte, com as alterações estratégicas, começámos a criar oportunidades atrás de oportunidades.
Nunca fomos capazes de reduzir para reentrar no jogo a nível de resultado, mas, a nível de jogo ofensivo, de oportunidades, estivemos sempre em jogo. É daqueles dias em que sentimos que poderíamos estar ali a noite toda e não iríamos marcar. Temos de olhar para o que fizemos para estarmos mais fortes no próximo jogo para regressar às vitórias.
Nos golos que sofremos em contra-ataque, estamos em superioridade numérica. Há demérito nosso a defender a profundidade. Ficámos com os dois centrais nos equilíbrios, a fechar o jogo posicional. Metemos o André André entre linhas, para fazer ligações. Tivemos também muitas acelerações por fora, pelo Bruno Gaspar e pelo Mangas.
O Vitória normalmente marca em todos os jogos. Tivemos oportunidades em que poderíamos ter feito o golo. Há dias assim. Estamos tristes. Hoje, não fomos capazes de chegar à vitória, porque o Casa Pia é feliz. Se tivéssemos marcado, iríamos criar instabilidade. O percurso do Vitória deixa-me tranquilo para regressar às vitórias”.
– Gonçalo Santos (treinador do Casa Pia): “Trabalhámos muito durante a semana. Sabemos que o Vitória entra sempre forte e procura muitos movimentos diretos para o Jota. O André Silva está sempre perto de zonas de finalização e o Bruno Gaspar procura muito a profundidade. Quando ganhássemos a bola, sabíamos que íamos contra-atacar.
O Vitória teve muita posse de bola em espaço que tínhamos previsto que tivessem. Faltou-nos encurtar mais linhas, mas sabíamos que, com tranquilidade, quando tivéssemos a bola, iríamos criar perigo e marcar golos. Fizemos dois golos, mas poderíamos até ter feito o 3-0 e o 4-0. As oportunidades foram nossas. Na segunda parte, o Vitória mudou de sistema [tático], com mais gente entre as linhas.
Estes pontos valem o dobro nesta fase do campeonato. Os jogadores uniram-se e souberam segurar o resultado até ao fim. Estas duas vitórias [consecutivas, sob o comando de Gonçalo Santos] são dos jogadores e de toda a estrutura que trabalha diariamente com eles. Dão mais confiança para o futuro.
Com o Filipe Martins, a equipa jogava em 3x4x3. Com o Pedro Moreira, a equipa jogava em 4x4x2. Acompanhei sempre a equipa nos bons e maus momentos. A equipa está muito bem identificada com esses dois sistemas. Neste momento, pensei que o 3x4x3 era o sistema ideal, mas digo aos jogadores que têm de estar preparados para jogar nos dois sistemas”.