A Câmara de Guimarães quer requalificar a antiga escola de Santa Luzia e o espaço do Monte do Cavalinho para aumentar a oferta de alojamento universitário, criando “condições para ter mais estudantes” da Universidade do Minho na cidade.
O anúncio foi hoje feito pela vice-presidente da autarquia, Adelina Pinto, à margem da assinatura de um protocolo entre os Serviços de Ação Social da Universidade do Minho (SASUM) e as Oficinas de S. José, que vai disponibilizar 22 camas para alojar estudantes deslocados, sendo que a responsável salientou que o alojamento universitário “é uma questão que interessa à cidade”.
O objetivo, quer da autarquia quer da Universidade do Minho, é usar uma linha de financiamento disponibilizada pelo Ministério do Ensino Superior para fazer uma nova residência universitária na cidade de forma a fazer face à procura de camas.
Segundo revelou o responsável dos SASUM, António Paisana, a Universidade do Minho apresentou o registo de 366 alunos bolseiros alojados nas Residências Universitárias e, após a atribuição de 22 camas criadas com o referido protocolo, mantém em lista de espera para alojamento um total de 106 estudantes (metade dos quais alunos bolseiros).
“Estamos na linha da frente com a Universidade. É uma questão da cidade, que interessa à cidade. Se valorizamos a Universidade, valorizamos os estudantes, queremos que eles fiquem cá e vamos fazer todos os possíveis para encontrar aqui soluções para eles”, realçou Adelina Pinto.
Do lado da Universidade do Minho, o reitor Rui Vieira de Castro mostrou esperança que no próximo ano a instituição “terá uma outra capacidade de resposta, diferente da deste ano em que conseguiu atender a apenas 30% dos estudantes bolseiros deslocados, o que é manifestamente pouco”.
O responsável máximo pela academia minhota referiu ainda que o problema da falta de alojamento para os estudantes deve ser resolvido com o “compromisso de todos” mas salientou que “o Estado deve ter uma consciência acrescida deste problema e perceber que deve, também, trabalhar numa resposta”.
Além das residências estudantis, a autarquia vimaranense tem trabalhado no aumento da oferta de alojamento para estudantes através da iniciativa privada: “A questão do mercado privado é um caminho que estamos a incentivar também, mas que não é fácil numa cidade que nunca assumiu muito bem essa parte, mas estamos a fazer. Em termos de estratégia de política de cidade, queremos muito que estes jovens fiquem cá, e temos, nós próprios em termos de políticas públicas resolver algumas das questões”, referiu Adelina Paula Pinto.
Refira-se que no início do presente ano letivo a Câmara de Guimarães lançou o programa “Guimarães Anfitriã”, uma plataforma que permite mapear as casas e quartos pertencentes a privados disponíveis para alojar estudantes da Universidade do Minho.