Perto de 200 pessoas manifestaram-se hoje contra o anunciado encerramento do balcão da Caixa Geral de Depósitos de Arcozelo, Barcelos, mas os responsáveis do banco público já disseram aos autarcas locais que o encerramento é “irreversível”.
“Reunimos há dias com responsáveis do banco e disseram-nos que é irreversível. Mas é irreversível porquê? Porquê Arcozelo? Este balcão movimentou em 2017 cerca de 60 milhões de euros, tem 44 mil pessoas que se servem dele, a Caixa não paga renda porque o edifício lhe pertence? Porquê Arcozelo”, insurgiu-se o presidente da Junta local.
Segundo José Monteiro da Silva, o fecho, marcado para 29 de junho, é um “roubo” à freguesia, pelo que “a luta vai continuar”.
Em curso está um abaixo-assinado que já reúne cerca de 2.000 assinaturas e que será enviado à administração da CGD.
“Se isto não tivesse movimento, tudo bem, até se compreendia. Mas o que se vê aqui, todos os dias, são filas desde a abertura até ao fecho”, acrescentou.
Admitiu que está a “pensar seriamente” em fechar as contas que a Junta tem na Caixa, mas sublinhou que “os principais prejudicados” com o eventual encerramento do balcão serão “os mais idosos, sem meio de transporte próprio e que não têm Internet ou que não sabem trabalhar com ela”.
Os participantes na manifestação de hoje lembraram que o balcão de Arcozelo está aberto desde maio de 1995 e que foi a população que lutou por ele.
“Vêm agora uns abutres de Lisboa e roubam-nos tudo”, insurgiu-se um deles.
Outro, na casa dos 80 anos, agarrado a muletas, dizia que ainda não acreditava que a “sua” Caixa ia fechar.
“Agora, onde vou levantar a minha reforma, que já é tão pequena?”, queixava-se.
O balcão da CGD mais próximo é o que funciona no centro da cidade de Barcelos, a cerca de 1,5 quilómetros de distância.
Na manifestação, além do presidente da Junta de Arcozelo (PS), marcam presença o vereador do CDS na Câmara de Barcelos e dirigentes locais do Bloco de Esquerda.
A CGD vai fechar cerca de 70 agências este ano, a maioria já este mês e nas áreas urbanas de Lisboa e Porto, indicou, na semana passada em comunicado, o banco público.