O festival comunitário Aldeia de Lobos na aldeia de Fafião, em Montalegre, em plena serra do Gerês, vai realizar-se, este ano, em 12 e 13 de julho, anunciou a organização.
Em breve, deverão começar a ser anunciados os nomes do cartaz.
Como O MINHO já noticiou, este festival visa a preservação do lobo ibérico e as tradições seculares como as vezeiras ou as carrejadas.
A tradição das vezeiras visa o pastorear à vez pela serra, seja o gado bovino ou caprino, e as carrejadas dizem respeito à sementeira do centeio na serra, em locais que se podem localizar a cerca de 1.200 metros de altura e a uma distância que pode atingir os oito a nove quilómetros da aldeia mais próxima.
“São dois pilares que ainda vão subsistindo e que nós temos lutado muito para que se mantenham, uma referente ao gado e outra referente ao centeio e à parte de ainda se poder semear a serra dentro do Parque Nacional da Peneda-Gerês (PNPG)”, afirmou, no ano passado, à agência Lusa Júlio Marques, da Associação Vezeira.
Localizada em pleno Parque Nacional da Peneda-Gerês, na área do distrito de Vila Real, a aldeia de Fafião, freguesia de Cabril, faz por isso questão de preservar as tradições comunitárias e de celebrar o lobo ibérico.
A associação recorda que “na aldeia onde o lobo era levado para morrer, nasceu em 2018 um festival em prol da sua preservação”.
Acrescenta que “longe vão os tempos em que esta espécie, hoje em estado ameaçado, era inimiga da população de Fafião”.
“Aqui festeja-se o lobo, colocando-o como pilar da importância de uma aldeia”, salientou Júlio Marques.
Em Fafião, ainda se mantém ativa a vezeira das vacas, que começam a subir a serra em maio, onde permanecem até final de setembro, outubro, a cada dia acompanhadas por um criador.
Os animais não são deixados sozinhos também para os proteger dos lobos.
Já a vezeira da rés traduz-se em cada pastor tomar conta das cabras de todos à vez, mas esta tradição conta apenas, atualmente, com dois pastores, um dos quais da Associação Vezeira, que luta pela preservação desta tradição.