A 9.ª edição do Festival Internacional de Órgão de Braga vai decorrer de 28 de abril a 14 de maio, com 11 concertos que reunirão músicos de cinco países, num total de mais de 150 intérpretes, foi hoje anunciado.
Em conferência de imprensa, o diretor artístico do festival, José Rodrigues, especificou que, além de Portugal, os intérpretes são oriundos de Espanha, Itália, França e Alemanha.
O festival vai permitir ouvir os sons oriundos de 13 dos 47 órgãos históricos existentes na cidade de Braga.
“São órgãos excecionais, quase todos da primeira metade do século XVIII, havendo mesmo alguns do século XVII”, sublinhou José Rodrigues.
A edição 2023 tem como mote “O órgão e a dança”.
Dança que, como disse o diretor do festival, irá “da mais tradicional às formas renascentistas e barrocas”.
“Em edições anteriores, já tínhamos casado o órgão com vários instrumentos, desta vez decidimos casá-lo com a dança e tenho a certeza que este será um casamento feliz”, disse ainda José Rodrigues.
A ideia é dar a conhecer o reportório musical para órgão que ao longo de séculos adotou vários modos de dança, apresentados especialmente nos momentos mais festivos.
O órgão será, assim, acompanhado por orquestras, solistas, instrumentos antigos, coros e coreografias.
O “baile” começa com os “grandes órgãos” da Sé Catedral, acompanhados de gaitas de fole e tambores.
Por outras 10 igrejas da cidade, passarão “instrumentos curiosos e que não se fazem ouvir em Braga há mais de dois séculos”, como a sacabuxa, o corneto, o baixão e o baixãozinho.
O festival tem um orçamento de cerca de 70 mil euros, que engloba a manutenção dos órgãos, para assegurar que estejam em condições de tocar ao longo de todo o ano.
Na última edição, em 2022, o festival contou com um total de 5.000 espectadores, oriundos de vários países europeus e mesmo da Austrália.
“É já um fator de diferenciação da nossa oferta cultural”, disse o presidente da Câmara, Ricardo Rio, sublinhando que “são muitos os estrangeiros” que demandam a cidade propositadamente para ouvir os órgãos.
Rio disse ainda que o festival permite dar vida às “enormes mais-valias” que são os órgãos da cidade, que de outro modo estariam desaproveitados por falta de tocadores.
O festival contará ainda com a participação de um coro com 80 crianças, que atuará no Dia da Mãe, e da companhia de dança Ent’Artes, para assinalar o Dia Mundial da Dança.