A Câmara de Famalicão vai investir este ano dois milhões de euros no apoio direto à economia local, destinando-se a maior fatia à comparticipação nas faturas do gás, eletricidade, água, saneamento e resíduos, foi hoje anunciado.
Segundo o vereador com o pelouro da Economia, Augusto Lima, para a comparticipação no pagamento daquelas faturas está prevista uma verba de 1,2 milhões de euros.
Augusto Lima explicou que a Câmara vai pagar, ao longo de todo o ano de 2021, metade do valor das faturas mensais, desde que esse valor seja inferior ao do mês homólogo de 2019.
O apoio destina-se a empresas, incluindo as em nome individual, sediadas e com estabelecimento em Famalicão, no distrito de Braga, e que viram a sua atividade suspensa ou encerrada por causa da pandemia de covid-19.
Alguns exemplos das empresas a apoiar são o comércio a retalho não alimentar, cafés, bares e pastelarias, cabeleireiros, salões de beleza e esteticistas, ginásios e ‘fitness’, operadores turísticos e agências de viagens, bem como de atividades educativas e centros de formação.
No total, e ainda segundo Augusto Lima, o apoio deverá estender-se a cerca de mil empresas.
Este é o principal apoio do “Retomar Famalicão”, um programa extraordinário de apoio direto à economia local que hoje foi apresentado publicado e que preconiza também a isenção de derrama para todas as empresas com um volume de negócios igual ou inferior a 250 mil euros.
Com esta isenção, deixam de entrar nos cofres do município cerca de 400 mil euros.
Outras medidas são a suspensão do pagamento de taxas pela ocupação do espaço público, a criação de uma plataforma de “e-commerce” e o financiamento de um serviço de entrega gratuita de refeições ao domicílio.
O presidente da Câmara de Famalicão, Paulo Cunha, sublinhou que estes apoios são “intuitivos, de facílimo acesso, que chegam a todos quantos precisam”, em contraponto “com outros apoios nacionais que esbarram” em dificuldades várias, como “garantias bancárias, formalidades e procedimentos longos”.
O autarca disse ainda que estes são apoios “para o ano inteiro”, para dar às empresas a “previsibilidade” de que necessitam para relançar a sua atividade.
“Oxalá tivessem esse grau de previsibilidade em relação a outras medidas nacionais”, referiu.
A pandemia de covid-19 provocou, pelo menos, 2.368.493 mortos no mundo, resultantes de mais de 107,7 milhões de casos de infeção, segundo um balanço feito pela agência francesa AFP.
Em Portugal, morreram 14.885 pessoas dos 778.369 casos de infeção confirmados, de acordo com o boletim mais recente da Direção-Geral da Saúde.
A doença é transmitida por um novo coronavírus detetado no final de dezembro de 2019, em Wuhan, uma cidade do centro da China.