António Dias anunciou hoje ser candidato independente pelo Movimento Nós Cidadãos à Câmara de Valença depois de se ter demitido da concelhia do PS, acusando a distrital de “impor” o candidato àquela autarquia.
“Acompanham-me nesta caminhada autárquica, que ora se inicia, cidadãs e cidadãos apartidários, que têm por fito comum o harmonioso desenvolvimento e o são progresso de Valença. Apresentaremos candidaturas independentes, não submissas ou tuteladas, às Freguesias e Uniões de Freguesias, à Assembleia Municipal e à Câmara Municipal”, refere o candidato numa nota hoje enviada à imprensa.
Nas autárquicas de 2017, o PSD venceu com 57,29% dos votos e conquistou cinco mandatos. O PS atingiu 33,14% dos votos e garantiu dois lugares no executivo municipal.
No dia 11 de março, António Dias demitiu-se da presidência da concelhia do PS de Valença, acusando a Federação Distrital socialista, liderada por Miguel Alves, de “impor” o candidato à Câmara após aprovação do seu nome por 70% dos militantes locais
Cerca de uma semana depois, a concelhia socialista apresentou o deputado José Manuel Carpinteira como o candidato à Câmara de Valença, considerando tratar-se de uma candidatura com “enorme ambição” para “elevar” o concelho a “um patamar superior de afirmação”.
Na altura, Carpinteira, que foi presidente da Câmara de Vila Nova de Cerveira de 1989 a 2013, disse sentir “orgulho pela aprovação por unanimidade” da sua candidatura, enquanto, por outro lado, sentia “o sentido de responsabilidade do desafio autárquico perante Valença e os valencianos”.
Hoje, na nota enviada às redações, António Dias, fundamentou a sua candidatura como independente com o “repto” que essa “uma esmagadora maioria dos militantes do PS de Valença (70%)” lhe “havia lançado e que já tinha aceitado”.
António Dias adiantou que esse “repto” foi “escorado não só nesses quereres e vontades, mas mais que tudo e, sobretudo, no indesmentível apoio e confiança” que garante “recolher” nos “mais díspares quadrantes políticos democráticos da comunidade valenciana, face ao projeto para o desenvolvimento sustentado e dinâmico do concelho e o bem-estar das suas gentes”.
“Infelizmente um golpe palaciano desse partido quis inviabilizar a execução desse projeto”, explicou, argumentando que foi esse “golpe palaciano” que fez “surgiu um amplo movimento de cidadania que, com espírito positivo, muito empenho e entusiasmo, almejando a vitória nas próximas eleições autárquicas, pretende lutar e viabilizar a implementação e o pôr em prática desse ambicioso plano de ação”.
António Dias disse ter recusado “integrar a lista do PS onde, em caso de vitória eleitoral, seria vice-presidente, mas sem possibilidades de implementar de forma coordenada e contínua o projeto de desenvolvimento e de engrandecimento de todo o concelho, que, agora, vai ser executado pelo Nós Cidadãos de Valença”.
“Com total desprendimento, renunciei a todos os cargos e honrarias partidárias. Como soe dizer-se bati com a porta e desfiliei-me. Não preciso, nunca necessitei de fazer prova de vida nem de sobrevivência. Os valencianos e as valencianas conhecem-me”, sustentou.
Garantiu ainda ser um “homem de ação, e não de reação”, de “não olhar para o umbigo, nem ter rabos-de-palha”.
“Marco, tento marcar, a agenda política e não sou seguidista. Jogadas de bastidores, conluios, negociatas e quejandos não fazem parte do meu léxico e, muito menos, do meu modo de ser e de estar, na política e na vida. Estou bem acompanhado, rodeado de pessoas com o mesmo sentido de desprendimento, de altruísmo e de visão política. Contamos, apenas, com a sigla e o apoio burocrático do “Nós Cidadãos”, acrescentou.