Declarações após o jogo Vitória SC–Boavista (1-1), da 16.ª jornada da I Liga portuguesa de futebol:
– Pepa (treinador do Vitória SC): “Não se trata de imaturidade. Trata-se de infelicidade.
Foi uma primeira parte equilibrada, onde o Boavista criou duas situações em ataque rápido, com critério a sair. Não fomos efetivos nessa bola alta. A circulação não foi tão rápida como deveria ser. Tivemos um jogo em que estávamos a insistir muito pelo corredor central.
Na segunda parte, fomos muito superiores. A circulação foi muito mais rápida. Tivemos critério e paciência. Circulámos mais rapidamente a bola e aguentámos a profundidade. Faltou critério no último terço, mas estávamos bem. Estava a ser mais do que justo o golo.
Houve infelicidade [no golo sofrido]. A bola andou nos ressaltos, foi ao poste, bateu num e noutro jogador. Depois desse golo, não tivemos a capacidade e o discernimento para ir à procura do golo. Aquilo [golo sofrido] resulta de um livre lateral. Fomos infelizes naquele ressalto.
Temos um sentimento de frustração. Este resultado é como uma derrota, pelo que demos ao jogo. Não levo a questão [do golo sofrido] para a imaturidade ou para a sorte. Fizemos tudo para vencer.
Ninguém é campeão na primeira volta, nem ninguém conquista o acesso à Liga dos Campeões e à Liga Europa [a propósito do balanço à primeira volta].
Fizemos um bom jogo. Temos de perceber que o caminho é longo. Mas, não podemos andar ao saber do vento, nem nos escondermos quando as coisas correm mal. Este é o caminho. É muito difícil ganhar, seja onde for. Acima de tudo, continuamos dentro dos objetivos. Tínhamos aquele objetivo de subir à condição ao quinto lugar.
Houve muitas paragens [durante o jogo], mas temos de pensar naquilo que controlamos. Temos de ser melhores e de manter a nossa baliza a zero. Temos de pensar no que depende de nós. Quando um jogador está no chão, que podemos nós fazer em relação a isso? Mas não é fácil jogar quando os jogos param muitas vezes”.
– Petit (treinador do Boavista): “Nos primeiros 10 minutos, não entrámos muito bem, mas tínhamos uma estratégia definida para pressionar os centrais [do Vitória] e o Alfa Semedo.
Sabíamos que teríamos as nossas oportunidades. E as melhores da primeira parte são nossas. Tivemos três, quatro ou cinco situações em que poderíamos ter marcado. O Bruno Varela esteve muito bem.
Na segunda parte, o Vitória teve mais bola e circulações de ataque, mas fechámos sempre bem os espaços. O [Rafael] Bracali não teve muitas defesas difíceis. Baixámos [as linhas], porque também tivemos muitos jogos num mês e estávamos desgastados.
Quando o Vitória faz o golo, fizemos uma substituição e marcámos logo de seguida um golo, e poderíamos ter feito o segundo. Foi um jogo equilibrado e é um ponto conquistado.
Os jogadores são inteligentes [a propósito da sua entrada para o comando técnico ter devolvido a ‘alma’ ao Boavista]. Propusemos uma ideia de jogo para tirar melhor partido individual de cada um. Quando cheguei, disse-lhes que, com o trabalho, ir-se-iam soltar. Passado um mês de trabalho, os jogadores vão acreditando na ideia que a equipa técnica lhes vai transmitindo”.