Esposende faz escavações arqueológicas em forte com mais de 300 anos

Foto: CM Esposende

Já iniciaram os trabalhos de arqueologia que estão integrados na reabilitação do Forte de S. João Baptista, edifício com mais de 300 anos em Esposende, que será transformado num Centro de Divulgação Científica.

Este centro dará cumprimento ao protocolo de cooperação que o Município de Esposende estabeleceu com a Universidade do Minho, que prevê, também, a criação do Instituto Multidisciplinar de Ciência e Tecnologia Marinha (IMCTM) na antiga Estação Radionaval de Apúlia.

Considerando a intervenção prevista para o Forte de S. João Baptista, foram efetuados, em 2023, trabalhos de prospeção geofísica, no sentido de aferir a existência, ou não, de vestígios que possam condicionar o desenvolvimento do projeto de reabilitação e ampliação do Forte, bem como a tipologia e dimensão de futuros trabalhos arqueológicos.

Foto: CM Esposende

“Essa prospeção permitiu determinar a presença de anomalias que podem corresponder a infraestruturas recentes. Por outro lado, foi possível detetar uma anomalia que parece sugerir a presença de um muro com derrube em frente ao forte e uma outra anomalia, no lado Sueste da entrada forte, que poderá estar associada a uma possível linha amuralhada que surge representada no desenho do Forte de S. João Baptista de Esposende, da autoria de Gonçalo Luís da Silva Brandão, datado de 1757”, nota a Câmara, em comunicado.

Foto: CM Esposende

Assim, serão realizadas escavações arqueológicas nos locais sinalizados pela prospeção geofísica que permitirão verificar se há ou não vestígios em torno do Forte para, posteriormente, se poder avançar com o lançamento do concurso para a execução das obras tendentes à instalação do Centro de Divulgação Científica, um “ambicioso e determinante projeto que irá afirmar Esposende na área da investigação e tecnologia marinhas, o qual já mereceu parecer favorável das entidades com jurisdição sobre o território”.

Para tal, estão em curso os trabalhos preparatórios para que as escavações possam ter início na próxima segunda-feira, numa codireção entre o Município de Esposende e a ERA Arqueologia S.A., empresa responsável pela execução dos trabalhos.

A intervenção irá decorrer durante seis meses, com um custo de 25.830 euros, a que se soma o valor de 7.361,55 euros da prospeção geofísica por georradar.

Foto: CM Esposende

Em 2018, foi celebrado entre o Município de Esposende e o Estado Português um auto de cedência de utilização e aceitação, no qual é autorizada e cedida a utilização do Forte de S. João Baptista – classificado como Imóvel de Interesse Público ao Município pelo prazo de 50 anos, com o propósito de instalar um Centro de Divulgação Científica, focado em atividades marinhas.

Este equipamento irá acolher o Centro Interpretativo do Parque Natural Litoral Norte (PNLN) e o Achado do Naufrágio de Belinho, dispondo, ainda, de espaços para receber exposições temporárias, entre várias
outras valências.

O presidente da Câmara Municipal de Esposende, Benjamim Pereira, realça que estão “mais perto de tornar realidade o projeto do Centro de Divulgação Científica, um equipamento que catapultará Esposende para o centro das atividades ligadas à investigação e tecnologia marinhas”.

O autarca nota que “tem sido um processo moroso”, mas salienta que “está tudo bem encaminhado para a sua concretização”, dando cumprimento também às metas dos Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS) da Agenda 2030 da ONU no se refere à estratégia de valorização do património arqueológico do território concelhio.

 
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