A escola EB 2,3/Secundária de Valença vai passar a ter segurança privada de forma a tentar “erradicar o clima de insegurança”, potenciado esta semana por agressões entre alunos que atingiram funcionárias. O anúncio foi feito pela autarquia e surge após reunião com a direção do agrupamento escolar e com a associação de pais.
Em comunicado, a Câmara de Valença explica que foi garantida “como medida imediata, o reforço da segurança do meio escolar através da contratação de um serviço de segurança privada”.
Além disso, o executivo municipal convocará, no início da próxima semana, com caráter de urgência, o Conselho Municipal de Educação, “onde as entidades responsáveis avaliarão novas ações a desenvolver para garantir as condições de segurança exigíveis para a sã convivência entre alunos, professores e auxiliares e para o bem-estar da comunidade educativa”
Agressões
Recorde-se que dois alunos e duas funcionárias da escola sofreram ferimentos na sequência de agressões, ao final da manhã de sexta-feira, no interior do estabelecimento de ensino.
Ao que O MINHO apurou junto de fonte da GNR, tudo terá começado numa discussão entre dois grupos de alunos, tendo duas funcionárias intervindo para pôr cobro à discussão. No entanto, ao tentar separar os estudantes, também acabaram por ser agredidas e sofrer ferimentos.
Os dois alunos feridos têm 13 e 16 anos e as duas funcionárias têm 48 e 56.
Foram todos transportados para o Hospital de Viana com ferimentos ligeiros.
O alerta foi dado às 12:49.
Os Bombeiros de Cerveira prestaram socorro com quatro operacionais apoiados por duas ambulâncias.
A GNR registou a ocorrência e o auto foi enviado ao Ministério Público, a quem compete decidir sobre o desenvolvimento do processo.
Historial de violência
Não é primeira vez que a escola EB 2,3/S, com mais de 800 alunos, e recentemente alvo de obras de requalificação de 3,2 milhões de euros, é palco de violência.
Em outubro de 2019, mais de 100 pessoas, entre professores, pais e auxiliares, participaram num cordão humano exigindo uma escola mais segura.
A ação decorreu na sede do Agrupamento de Escolas Muralhas do Minho, na sequência da alegada agressão por encarregados de educação de uma aluna a dois professores e dois auxiliares de ação educativa.
Na altura, aos jornalistas, uma das professoras agredidas referiu a existência de “alguns casos” de violência envolvendo encarregados de educação e “invasões” do estabelecimento de ensino que, por esse motivo, passou a estar “protegido por portões automáticos”.
Antes, em 2016, a direção do Agrupamento de Escolas Muralhas do Minho, foi confrontada a ameaça com arma branca de um aluno a outro no recreio do estabelecimento de ensino.