Três cidadãos brasileiros burlados em 25 mil euros. A empresária do ramo imobiliário, D. C., de Braga, está a ser julgada no Tribunal Judicial local sob a acusação de ter enganado três imigrantes a quem simulou a venda de imóveis.
O processo-crime envolve dois casos: o primeiro, o de Célia e de Isabella Hipólito (mãe e filha) que deram 20 mil euros de sinal para a compra de uma casa na Sé, e ficaram sem o dinheiro. O segundo, o de Luís Bianchi, também vindo do Brasil, que ficou sem 5 mil euros dados de ‘sinal’ para comprar um apartamento no bairro das Camélias.
Ontem, o Tribunal ouviu Paulo Ribeiro, antigo diretor da imobiliária, que ostentava o nome de Comprar Casa, o qual disse ter tido contacto com as vítimas, que reclamaram “exaltados” a devolução do dinheiro, mas dizendo não saber se foi ou não. “Não sei” e “não me recordo” foram, de resto, as expressões mais usadas por esta testemunha, que foi uma “espécie de braço direito” da arguida, embora com a categoria de consultor.
Ouviu, ainda, o dono do apartamento, de nome Francisco que disse ter desistido do contrato de mediação com a arguida, depois de na PSP lhe terem dito que “vendia o mesmo imóvel a várias pessoas”.
Daniela Costa foi condenada, em 2021, a seis anos e cinco meses de prisão efetiva, por burla qualificada, mas recorreu para a Relação, que ainda não decidiu.
A sentença corresponde, em cúmulo jurídico, a seis crimes de abuso de confiança qualificado e um de desobediência.
A empresária de 55 anos fica, ainda, obrigada a pagar um total de 23.686 euros a seis clientes que lhe quiseram comprar um apartamento e que acabaram enganados.
Outros inquéritos
No julgamento, a arguida respondeu por oito crimes de abuso de confiança, dos quais seis foram dados como provados. Terá ficado com aquela quantia de pessoas que a procuraram para comprar casa e adiantaram um sinal ou reserva.
Para além destes casos, há outros – ao que o O MINHO apurou – em investigação no Ministério Público por suspeita da prática de crimes idênticos.