A empresa que explora alguns dos espaços da Casa dos Coimbras, em Braga, assegura que o miradouro que lá construíram recentemente, está legal, por ser temporário, e que, caso vingue, poderá perfeitamente ser construído um melhor, também nos termos da lei.
“O miradouro, de 16 metros de altura, que colocamos no espaço anexo à Casa dos Coimbras, em Braga, é legal e a sua edificação, com caráter temporário, foi feita com a concordância dos serviços camarários”, disse Luís Aguiar Campos, gestor da empresa “Torre dos Coimbras”.
A empresa explora o jardim com esplanada (que serve de bar e restaurante), a capela seiscentista e a torre anexa, e agora também um miradouro de ferro, com vista de 360 graus sobre a “parte velha” da cidade.
Perante a controvérsia gerada na cidade, o gestor justifica: “Edificámos o miradouro para fazermos uma experiência de três meses, numa espécie de prova de conceito. Se concluirmos que vale a pena, faremos então uma outra, com perfil definitivo e que queremos que seja icónica em Braga, como que uma obra de arte”.
Segundo Luís Aguiar Campos, a empresa investiu 200 mil euros na Casa dos Coimbras, para tornar o espaço num polo de atratividade cultural e turística, que atualmente emprega dez pessoas.
Caso seja para avançar, o empresário salientou a O MINHO que irá apresentar um pedido formal de licenciamento nos serviços municipais.
Conforme o O MINHO ontem noticiou, os serviços de Fiscalização da Câmara de Braga foram quinta-feira ao local, facto a que Luís Aguiar Campos não atribuiu relevância, até porque partiu de uma queixa de um cidadão da zona.
“Tínhamos feito o miradouro com a supervisão camarária, nomeadamente em termos da segurança da estrutura”, contrapôs pondo de lado a possibilidade de o Município lhe aplicar uma coima, como ontem foi aventado por fonte camarária.
Já sobre as críticas à colocação de torniquete que dá acesso à Capela, construída em 1525, o gestor diz que visa, apenas, limitar o número de pessoas que, numa dada hora, estão no seu interior.
Diz que, quando a firma tomou conta da Capela, ela apresentava sinais visíveis de degradação, tendo, por isso, sido feita uma primeira intervenção para estancar a degradação.“Numa segunda fase procederemos ao restauro do interior”, sublinhou.
Luís Aguiar Campos revela que o acesso a todas as valências, incluindo o miradouro, custa cinco euros por pessoa, mas com direito a uma bebida no bar: “queremos ser uma mais-valia no turismo e na vida cultural da urbe”, disse, garantindo que nunca atuam de forma ilegal.
O conjunto é património nacional desde 1910, sendo propriedade de uma família local, atualmente a residir no Porto.