A empresa QTP – Quinoa Portuguesa, com sede em Barcelos, vendeu cerca de 50 toneladas de quinoa durante o ano de 2023, demonstrando que a “ideia louca” de produzir este fruto no Minho estava longe de ser errada.
Filipe Figueiredo, CEO da empresa, lembra que o projeto teve inicio em 2013, quando a quinoa “ainda não era considerado um super-alimento”, disse durante o videocast do Jornal de Negócios que se realizou no Prémio Nacional da Agricultura.
O responsável explica que a quinoa era “um alimento estranho na nossa alimentação diária”, mas mesmo assim decidiram, em 2015, transferir a produção para Barcelos, a primeira em solo português. E a plantação mais próxima ficava no Norte da Europa.
Em 2017, foi o ano do tudo ou nada, onde Filipe Figueiredo assumiu que poderia desistir da ideia caso a produção não fosse a adequada. Contudo, conseguiram produzir uma tonelada de quinoa de boa qualidade.
Explica o empresário que passaram quatro anos a tentar perceber qual a melhor altura do ano, qual a maquinaria que se pode utilizar e que tipo de variadade de quintas iriam produzir em diferentes terrenos. Foram anos de luta que acabaram por compensar.
A distribuição começou e, hoje em dia, apostam sobretudo nos restaurantes vegetarianos e vegan, na região de Lisboa, mas também nas cantinas escolares, colmatando lacunas para crianças alérgicas ou intolerantes, sendo a quinoa um “bom substituto”.
Para produzir Quinoa, explica, são precisos pelo menos 100 dias, entre abril e setembro, altura em que o fruto é secado ao sol, à semelhança do centeio. Depois, é limpo o grão, embalado e em dezembro começa a sua distribuição.
A Quinoa Portuguesa emprega entre 10 a 12 pessoas na altura do cultivo.