Empreiteiro de Braga investe 25 milhões em apartamentos de luxo na zona mais rica do Porto

Os mais caros vão custar 3,5 milhões
Custódio Correia. Foto: O MINHO / Arquivo

A Socicorreia, construtora fundada e liderada pelo empresário bracarense Custódio Correia, vai investir mais de 25 milhões de euros na construção de um empreendimento de luxo na Foz do Douro, zona nobre do Porto.

Fonte da empresa revelou ao Jornal de Negócios que o edifício, chamado Molhe da Montevideu, por se localizar na Avenida de Montevideu, terá uma área de construção de aproximadamente três mil metros quadrados e “será composto por apenas 19 apartamentos, distribuídos por dois blocos independentes – um com três pisos e outro com quatro – de tipologias T1 a T3 e T3 duplex, incluindo uma ‘penthouse’ com terraço privativo”.

Será dotado de “cave única com 25 lugares de estacionamento”, equipado “com postos de carregamento para veículos elétricos” e “um serviço de portaria”.

O Molhe da Montevideu também será “revestido a mármore travertino e emoldurado por amplos envidraçados, que oferecem vistas panorâmicas sobre a praia e o mar”.

O investimento será superior a 25 milhões de euros e o empreendimento de luxo deverá estar concluído em “meados de 2026”, adianta a fonte da Socicorreia, empresa que tem instalações em Braga e sede na Madeira.

“Com áreas de aproximadamente dos 100 aos 240 metros quadrados, variam entre os 900 mil euros e os 3,5 milhões”, acrescenta a mesma fonte ao Jornal de Negócios.

Custódio Correia detido e libertado

Recorde-se que o empresário bracarense Custódio Correia foi detido no âmbito da investigação a suspeitas de corrupção na Madeira, em janeiro deste ano.

Ao fim de três semanas detido, foi libertado, com apenas termo de identidade e residência, tendo o juiz considerado que não havia indícios de crime.

Segundo o despacho do juiz Jorge Bernardes de Melo, do Tribunal Central de Instrução Criminal, em Lisboa, também aos restantes detidos – o ex-presidente do município do Funchal, Pedro Calado (PSD), e o empresário Avelino Farinha, líder do grupo de construção AFA – também foi aplicada a medida cautelar menos gravosa.

“Não se encontrando indiciada a prática, pelo arguido Custódio Ferreira Correia, pelo arguido José Avelino Aguiar Farinha e/ou pelo arguido Pedro Miguel Amaro de Bettencourt Calado de um qualquer crime, deverão os mesmos aguardar os ulteriores termos do processo sujeitos à medida de coação de termo de identidade e residência”, refere o despacho do juiz.

O termo de identidade e residência, de aplicação obrigatória quando alguém é constituído arguido, consiste na identificação da pessoa e indicação da sua residência, bem como na obrigação de comparecer perante as autoridades sempre que houver uma notificação.

O arguido não pode mudar de residência ou ausentar-se por mais de cinco dias sem comunicar o lugar onde pode ser encontrado.

O Ministério Público anunciou que iria recorrer da aplicação da medida cautelar menos gravosa aos três suspeitos. Recurso sobre o qual ainda não houve decisão.

Buscas da PJ

A Polícia Judiciária (PJ) realizou, em 24 de janeiro, cerca de 130 buscas domiciliárias e não domiciliárias sobretudo na Madeira, mas também nos Açores e em várias zonas do continente, no âmbito de um processo que investiga suspeitas de corrupção ativa e passiva, participação económica em negócio, prevaricação, recebimento ou oferta indevidos de vantagem, abuso de poderes e tráfico de influência.

A PJ deteve nesse dia o então presidente da Câmara do Funchal, que entretanto renunciou ao cargo, e os dois empresários.

O presidente do Governo Regional da Madeira (PSD/CDS-PP), Miguel Albuquerque, foi constituído arguido e acabou por renunciar ao cargo, o que implicou a demissão do executivo.

Em causa no processo estão, segundo a PJ, suspeitas de corrupção ativa e passiva, participação económica em negócio, prevaricação, recebimento ou oferta indevidos de vantagem, abuso de poderes e tráfico de influência.

 
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