Desemprego preocupa autarca de Terras de Bouro. “Concelho vive quase só do turismo”

Três maiores unidades hoteleiras encerram em novembro
Desemprego preocupa autarca de terras de bouro. "concelho vive quase só do turismo"
Foto: DR / Arquivo

O presidente da câmara de Terras de Bouro atribuiu hoje o número baixo de casos de infeção por SARS-CoV-2 no concelho à baixa densidade no território e ao “excelente e inacabável” trabalho de prevenção dos empresários, instituições e autarquia.

Em declarações à Lusa, Manuel Tibo mostrou-se, no entanto, preocupado com a “saúde económica” do concelho, que viu as três maiores unidades hoteleiras a encerrar no início de novembro “sem data para abrir”, salientando que os “custos económicos” da atual pandemia “estão a ser pesados e caros”.

Terras de Bouro é um dos dois concelhos no distrito de Braga – o outro é Vieira do Minho – que não estão abrangidos na lista dos 121 com 240 ou mais casos por cada 100 mil habitantes e sujeitos e medidas mais restritas de combate ao novo coronavírus, que provoca a doença covid-19, havendo “apenas” cerca de 10 acasos ativos.

“Não estamos nessa lista, mas optamos por aconselhar os nossos munícipes a adotar os mesmos comportamentos daqueles que estão nos concelhos referenciados. Porque hoje não estamos, mas não estamos livres de amanhã ter um surto. Não podemos ter a falsa sensação de segurança ou imunidade”, alertou o autarca.

Segundo Manuel Tibo, “é importante que a população não encare esta vantagem como um golpe de sorte”, uma vez que se hoje o município “tem estes números relativamente positivos é devido a um grande esforço por parte da autarquia, empresário e das instituições” concelhias.

“A autarquia investiu muito, os nossos empresários investiram muito em medidas de proteção. O exemplo disso foi o facto de no verão termos provado que é possível receber turistas, e recebemos milhares, e não houve daí consequências maiores”, salientou.

O autarca referiu ainda que, “neste caso, a baixa densidade é uma vantagem”, lembrando que o concelho tem cerca de sete mil habitantes.

“O baixo número de habitantes joga a nosso favor, neste caso. Mas também aqui é de salientar que temos muitos habitantes a trabalhar fora do concelho, como os professores, mas está a ser um excelente trabalho de prevenção, com todos os cuidados”, disse.

Manuel Tibo apontou, no entanto, preocupações: “O que mais me preocupa neste momento é a saúde económica do concelho. Principalmente o desemprego”.

“Este é um concelho que vive quase só do turismo. No início de novembro, três das nossas principais unidades hoteleiras fecharam sem data para abrir. Só estes três hotéis afetam centenas de trabalhadores e isso é preocupante. Esta pandemia está a ter custos económicos muito elevados”, disse.

A pandemia de covid-19 já provocou mais de 1,2 milhões de mortos no mundo desde dezembro do ano passado, incluindo 2.590 em Portugal.

No sábado, o primeiro-ministro anunciou medidas de combate à pandemia que colocam 121 concelhos sob regras mais restritas a partir de quarta-feira.

Os restaurantes naqueles territórios não poderão ter mesas com mais de seis pessoas e o seu horário de fecho passa a ser as 22:30, os estabelecimentos comerciais terão de fechar, na generalidade, às 22:00.

Ficam proibidas as feiras e os mercados de levante, e os eventos e celebrações ficam limitados a cinco pessoas, exceto nos casos em que os participantes pertencem ao mesmo agregado familiar.

 
Total
0
Shares
Artigo Anterior
Testes piloto para regresso do público aos estádios suspensos

Testes piloto para regresso do público aos estádios suspensos

Próximo Artigo
Cuidar (de nós), em pandemia

CUIDAR (de nós), em pandemia

Artigos Relacionados