Depois de fechar em Braga e reestruturar em Guimarães, Farfetch está a contratar para 41 vagas

Cerca de 1.000 funcionários despedidos desde o início do ano
Inauguração do novo Centro de Creative Productions da Farfetch, Guimarães, 23 de maio de 2018. HUGO DELGADO/LUSA

A gigante do mundo da moda Farfetch está em fase de reestruturação depois de ter sido comprada por um grupo da Coreia do Sul, e está a contratar para várias funções na unidade que detém em Matosinhos.

Depois de ter fechado os escritórios de Braga e concentrado grande parte das operações em Guimarães, local onde a empresa foi fundada pelo também empresário vimaranense José Neves, a empresa está agora à procura de 41 funcionários para vagas relacionadas com contas de clientes e na área financeira.

Desde que passou para as mãos do grupo Coupang por 500 milhões de euros, estima-se que a Farfetch terá despedido cerca de 1.000 funcionários só em Portugal, o que representava cerca de 30% do número total. Contudo, as funções eram diferentes daquelas para as quais está agora a contratar.

Um dos serviços que foi terminado operava em Braga com 150 funcionários, por exemplo, e estava relacionado com inovação e serviços ao cliente que não chegaram a avançar por causa da bancarrota do grupo no pós-covid.

Em Matosinhos, no entanto, acumulam-se serviços que são indispensáveis para o grupo, mesmo sob domínio da empresa sul-coreana, como é o caso da gestão de conta de clientes associados à plataforma, os serviços financeiros e o desenvolvimento da plataforma em si, assim como apoio técnico.

Algumas das vagas pretendem ocupar cargos de supervisor de conta de pagamento, gestor de operações financeiras, engenheiros de software, especialistas na gestão de talento e analistas de dados.

Como O MINHO noticiou, as contas para o primeiro trimestre de 2024 na empresa apontavam um prejuízo de 93 milhões de dólares (cerca de 85 milhões de euros à taxa de câmbio atual).

Os resultados foram anunciados pelos novos donos do unicórnio português, o grupo Coupang, da Coreia do Sul, revelado ainda que, até 31 de março e desde o início do ano, a empresa conseguiu um volume de negócios de 288 milhões de dólares (264 milhões de euros).

Recorde-se que a empresa fundada pelo vimaranense José Neves previa inaugurar um novo complexo em Leça até 2026, criando cerca de 7.000 postos de trabalho, situação que poderá já não acontecer.

De acordo com a SIC, cerca de 700 colaboradores já aceitaram a proposta de despedimento, sem direito a subsídio. Outros 200 estarão com contrato a termo certo que não será renovado. Existe ainda cerca de uma centena de funcionários em processo de despedimento coletivo.

Segundo o Eco, a Coupgang estará a reestruturar a empresa para estancar a liquidez, depois de uma injeção de 500 milhões de dólares, ocorrida no início de fevereiro. Ao todo, vão ser despedidas 2.000 pessoas (cerca de 30% da empresa).

 
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