Chama-se Margarida Oliveira, vive na Rua de Chouso, em Lemenhe, concelho de Famalicão, e está a doar laranjas, couves e chuchus, em sacas penduradas no exterior da habitação para quem mais precisar.
Começou há nove dias e já doou dezenas de sacos e centenas de laranjas. A partir de amanhã começa a encher as sacas com couves e chuchus, tudo plantado em casa, mas que não irá utilizar ao longo do ano.
A O MINHO, Margarida explica que esta é a sua forma de contribuir para os mais afetados por esta pandemia. Ela que também se viu forçada a ficar em casa com os pais por consequência da covid-19, acabou por se dedicar à horta e ao quintal já tendo em mente que iria oferecer o ‘fruto’ da terra.
“Aqui na aldeia vemos tanta gente que precisa de comida e há tanta fruta nos quintais a cair. Há quem prefira ver a fruta a cair ao chão, mas acho que podemos doar, especialmente nestes tempos de pandemia”, disse.
Margarida explica que há muita gente que “tem vergonha de pedir”, então a solução encontrada foi colocar os alimentos dentro de sacas, pendurá-las do lado de fora do muro, e esperar que sejam recolhidas por gente que realmente necessite. E Margarida confia.
“Já algumas pessoas me tocaram à campainha para agradecer e explicar as necessidades por que passam. É realmente triste perceber as dificuldades que o ser humano atravessa”, desabafa, confessando que já não há laranjas nas laranjeiras.
“Agora vou doar couves e chuchus, e lá para janeiro começo a colocar aqui as clementinas, que já devem estar boas no próximo mês”, avança.
Margarida diz que o faz não só pela solidariedade mas também porque este tipo de gestos lhe traz “paz”. “Acho que Deus recompensa estes atos”, termina.