No dia 01 de abril de 1957, a ChicMalha abria as portas no número 76 da Rua do Souto, pleno centro histórico de Braga, pela mão de Francisca Romana da Conceição Cerqueira, como uma casa especializada em malhas e seus artigos congéneres. Ao longo dos tempos, a loja – agora propriedade e gerida por Joaquim Manuel Cerqueira da Cunha, filho – especializou-se na roupa para criança e bebé. É uma referência na cidade e quando há comunhão ou batizado ali não faltam pais à procura da melhor roupa para os petizes. Estima-se que seja a loja de bebé, criança e cerimónias mais antiga da cidade de Braga. Celebrou hoje 65 anos.
“A minha mãe trabalhava com os meus avós e os meus tios na Casa das Malhas, que ficava no Campo da Vinha, na esquina da Rua dos Capelistas com o Dr. Justino Cruz”, recorda Joaquim Cunha, recordando o “espírito aventureiro” da progenitora.
“A minha mãe montou esta loja com a ajuda do meu tio [Plácido Cerqueira], de 99 anos, ainda era solteira. E chama-se ChicMalha porque a minha mãe era conhecida como a Chica da Casa das Malhas”, contou o proprietário, aos jornalistas, na celebração do 65.º aniversário da loja.
Francisca Cerqueira começou por “vender de tudo”, à feição do que era o comércio na época: malhas, interiores, lingerie e meias para Bebé, incluindo uma secção de Batizados e Comunhões, Criança, Senhora e Homem. Foi pioneira na venda de confeções de adulto e criança.
Mas a empresa foi, sempre, acompanhando a evolução dos tempos, modernizando o seu espaço e ajustando a sua oferta à procura do consumidor.
Assim, em 1991, foram efetuadas obras no exterior e interior, tendo também sido eliminada a secção de roupa de Homem.
“Há dez anos modifiquei isto completamente e ficou só uma loja de criança e bebé”, explica o proprietário da ChicMalha.
Ou seja, foi definido um público-alvo mais segmentado e passou a vender, exclusivamente, vestuário para bebé e criança até aos 14 anos e assim permanece, até aos dias de hoje, tendo uma secção de Cerimónia, onde se salientam os batizados e comunhões.
“Temos trabalhado com gosto. Esta é uma casa de referência. Vamos fazendo um trabalho agradável. Gosto do que faço, isso é muito gratificante para mim, e acho que os clientes notam isso”, confessa Joaquim Cunha.
O proprietário relembra que a casa cedo foi sendo procurada por causa das “coisas de bebé muito bonitas” e essa tradição sempre se manteve: “Desde o início vendemos sempre muito bem e continuamos a vender. Continuamos a ter uma secção de batizados e comunhões”.
Contudo, os tempos foram mudando e, com eles, também a ChicMalha. “Temos que ser camaleões, pensar sempre no consumidor”, realça Joaquim Cunha, explicando que é esse o segredo para a longevidade da loja fundada pela mãe. “Já não se trabalha como há 30 ou 40 anos, em que se vendia o que se queria. Agora temos que ter o produto que as pessoas querem. Temos produto muito bom, tudo de muita qualidade, e adaptamo-nos àquilo que o cliente quer”, sentencia.
E assim, ao longo de 65 anos, se cultiva uma referência do comércio na cidade de Braga.