As buscas à Altice Portugal resultam de suspeitas dos crimes de “corrupção no setor privado, fraude fiscal agravada, falsificação e branqueamento”, adiantou hoje a Procuradoria-Geral da República, na sequência da operação do Ministério Público e da Autoridade Tributária. As autoridades investigam um circuito empresarial que foi montado em Braga, na Zona Franca da Madeira e no Dubai com um esquema para circulação de capitais e devolução dos mesmos aos vendedores, resultando em prejuízos para a Altice Internacional e para o Estado.
De acordo com uma nota divulgada pelo Departamento Central de Investigação e Ação Penal (DCIAP) do Ministério Público (MP), além das buscas na sede da empresa, em Lisboa, “estão a ser realizadas várias dezenas de buscas domiciliárias e não domiciliárias em diversas zonas do país”, numa ação que conta também com o apoio da PSP.
A informação sobre a operação foi revelada ao final da manhã pela CNN Portugal, que indicou a suspeita das autoridades sobre a eventual simulação de negócios e a ocultação de proveitos na alienação de património imobiliário da antiga PT.
Um dos negócios que se encontra sob suspeita está alegadamente ligado à venda de quatro prédios em Lisboa por cerca de 15 milhões de euros.
Segundo o canal, os compradores dos edifícios têm ligações a um circuito empresarial que foi montado em Braga, na Zona Franca da Madeira e no Dubai, com um esquema para circulação de capitais e devolução dos mesmos aos vendedores, resultando em prejuízos para a Altice Internacional e para o Estado.
Entretanto, fonte oficial da empresa tinha confirmado à Lusa que a Altice Portugal “foi uma das empresas objeto de buscas pelas autoridades em cumprimento de mandado do Ministério Público no âmbito de processo de investigação em curso”.
Segundo a mesma fonte, a dona da Meo garantiu estar “a prestar toda a colaboração que lhe é solicitada”, reiterando que “estará sempre disponível para quaisquer esclarecimentos”.