País
Cerca de 90% dos professores têm medo de serem infetados nas escolas
Segundo inquérito da Fenprof
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Nove em cada dez professores estão preocupados ou têm medo de estar nas escolas por considerarem que estão a ser ignoradas regras que garantem higienização e distanciamento correto em tempo de pandemia, revela um inquérito da Fenprof.
Mais de cinco mil professores responderam ao inquérito da Federação Nacional dos Professores, que tinha como objetivo perceber as condições de segurança sanitária nas escolas e qual a perceção dos docentes.
Apenas 9,5% disse sentir-se seguro nas escolas, segundo os dados divulgados hoje do inquérito ‘online’ que terminou há menos de uma semana.
Os restantes 90,5% dos docentes dividem-se entre os que estão preocupados (67,4%) e os que admitem mesmo ter medo de ser infetados (23,1%) por considerarem que faltam condições nas escolas, indica o inquérito ao qual responderam professores de todos os distritos do país.
Um dos problemas apontados pela maioria prende-se com a dimensão das turmas, que não sofreu alterações, impedindo um maior distanciamento dentro das salas de aulas, segundo as respostas que vieram de professores de todos os níveis de ensino.
Mais de oito em cada dez docentes (83,7%) confirmam que o número de alunos por turma se manteve inalterado, com apenas 6,1% a dizer que estão agora mais pequenas. No entanto, 10,2% de professores revelam que o número de alunos por turma aumentou este ano.
No que toca à limpeza dos espaços, o mais habitual é que os assistentes operacionais só a façam ao final do dia, à semelhança do que já acontecia antes da pandemia, segundo 59,9% das respostas dadas.
Nesta tarefa, as escolas passaram também a contar com a ajuda dos alunos e dos próprios professores que limpam as salas entre cada utilização, dizem 30,4% dos inquiridos. Apenas 40,1% das respostas indicaram que a limpeza é feita pelo pessoal auxiliar entre cada utilização de espaços da escola.
A falta de assistentes operacionais foi outra das falhas apontadas, com apenas 17,5% a dizerem que há agora mais funcionários nas escolas. A grande maioria (64,3%) afirmou que o número de assistentes se mantém inalterado e 18,5% apontou mesmo que este ano há menos gente nas escolas.
“Este é um problema gravíssimo vivido pelas escolas, pois já antes da pandemia o número de assistentes operacionais era escasso face às necessidades”, alerta a Fenprof.
Sobre o programa do Governo de distribuição gratuita de máscaras pelas escolas, os docentes confirmam que foram entregues, mas quase metade (46,3%) queixou-se da quantidade ou da qualidade, apontando como defeitos, por exemplo, o facto de os elásticos se partirem com muita facilidade.
Finalmente, os docentes queixam-se de que a sua atividade se tornou muito mais exigente: agora são obrigados a usar máscara dentro da sala de aula e a um afastamento que não é habitual nas escolas.
“No contexto de pandemia que vivemos, as aulas decorrem de forma atípica, com os professores a não poderem aproximar-se dos alunos, a trabalharem de máscara, a não encontrarem os seus colegas com a frequência habitual, o que leva 83,4% a considerar que a atividade docente, nestas condições, é muito mais exigente. Só 16,1% afirma ser semelhante e 0,5% (residual) diz haver menor exigência”, revela o inquérito que contou também com a participação de docentes não sindicalizados na Fenprof.
As razões que levam os professores a sentirem-se preocupados ou mesmo com medo estão relacionadas com as “insuficientes condições existentes nas escolas”, cujos problemas não são culpa de quem trabalha nos estabelecimentos de ensino mas sim da tutela, lembra a federação.
Por isso, a Fenprof volta a exigir ao Ministério da Educação um reforço das condições de segurança sanitária, a aprovação de medidas de prevenção, como a realização de testes, e a “transparência sobre a situação epidemiológica” nas escolas.
“Num momento em que o número de escolas com registo de casos de covid-19 está a atingir o milhar, é difícil acreditar que só existam surtos em 68 ou 94 casos (últimos dados oficiais divulgados)”, acusa.
A falta de condições nas escolas durante a pandemia é um dos motivos que levou a Fenprof a anunciar na passada sexta-feira uma greve nacional para 11 de dezembro.
Portugal contabiliza pelo menos 4.427 mortos associados à covid-19 em 294.799 casos confirmados de infeção, segundo o último boletim da Direção-Geral da Saúde (DGS).
O país está em estado de emergência desde 09 de novembro e até 08 de dezembro, período durante o qual há recolher obrigatório nos concelhos de risco de contágio mais elevado.
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Cerca de 106 mil pessoas já foram vacinadas contra a covid-19 em Portugal, anunciou hoje o Ministério da Saúde.
“Até ao momento, já foram administradas 106 mil vacinas em Portugal continental”, revela o ministério num comunicado publicado no `site´ do Portal do SNS.
A partir de hoje, adianta, “este número pode ser consultado nas plataformas ‘online’ do Ministério da Saúde e do Governo, garantindo transparência em todo o processo de vacinação”.
O plano de vacinação contra a covid-19 em Portugal começou em 27 de dezembro nos hospitais, abrangendo os profissionais de saúde, e já se estendeu aos lares de idosos.
A primeira fase do plano, até final de março, abrange também profissionais das forças armadas, forças de segurança e serviços críticos. Nesta fase, serão igualmente vacinadas, a partir de fevereiro, pessoas de idade igual ou superior a 50 anos com pelo menos uma das seguintes patologias: insuficiência cardíaca, doença coronária, insuficiência renal ou doença respiratória crónica sob suporte ventilatório e/ou oxigenoterapia de longa duração.
A segunda fase arranca a partir de abril e inclui pessoas de idade igual ou superior a 65 anos e pessoas entre os 50 e os 64 anos, inclusive, com pelo menos uma das seguintes patologias: diabetes, neoplasia maligna ativa, doença renal crónica, insuficiência hepática, hipertensão arterial, obesidade e outras doenças com menor prevalência que poderão ser definidas posteriormente, em função do conhecimento científico.
Na terceira fase, será vacinada a restante população, em data a determinar. As pessoas a vacinar ao longo do ano serão contactadas pelo Serviço Nacional de Saúde (SNS).
A pandemia de covid-19 provocou pelo menos 1.994.833 mortos resultantes de mais de 93 milhões de casos de infeção em todo o mundo, segundo um balanço feito pela agência francesa AFP.
Em Portugal, morreram 8.543 pessoas dos 528.469 casos de infeção confirmados, de acordo com o boletim mais recente da Direção-Geral da Saúde.
A doença é transmitida por um novo coronavírus detetado no final de dezembro de 2019, em Wuhan, uma cidade do centro da China.

O Presidente da República e recandidato ao cargo, Marcelo Rebelo de Sousa, afirmou hoje esperar que o atual confinamento, com dever geral de recolhimento e encerramento de um conjunto de atividades, não ultrapasse um mês.
“Esperamos que não ultrapasse um mês, mas vamos ver, esperamos que não”, declarou Marcelo Rebelo de Sousa aos jornalistas, durante uma ação de campanha enquanto candidato às eleições presidenciais de 24 de janeiro, em Lisboa.
Questionado se acredita que o confinamento hoje iniciado só irá durar um mês, respondeu: “Eu espero que seja só um mês. Se nós conseguirmos – isso depende muito de todos nós – nestes quinze dias, e depois na renovação, quando for feita, já no final do mês, chegarmos perto do Carnaval e tivermos bom senso, se isso acontecer, e se funcionar, se nós curvarmos, invertermos a tendência”.
“Isso permite fechar o problema ou reduzi-lo na sua fase mais crítica, a uma parte importante do primeiro trimestre. O que nós queremos é evitar que isto sobre para o segundo trimestre, então já é meio ano e é um problema”, acrescentou.
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O candidato apoiado por PSD e CDS-PP, que prestou declarações aos jornalistas durante mais de meia hora, depois ter visitado uma mercearia social na freguesia de Santo António, em Lisboa, reiterou que gostaria que “até ao final de fevereiro” houvesse que uma “viragem” na evolução da covid-19 em Portugal, com uma “tendência de queda de casos”.
“Isso era o ideal. Travar no primeiro trimestre aquilo que se agravou no primeiro trimestre, não deixar escorregar para o segundo trimestre, dando tempo a que a vacinação comece a criar efeitos em termos imunizar as pessoas”, reforçou.
O decreto do Governo que regulamenta o estado de emergência até 30 de janeiro entrou hoje em vigor, impondo um dever geral de recolhimento domiciliário e a suspensão de um conjunto de atividades, para conter a propagação da covid-19.
Em Portugal, já morreram mais de 8.500 doentes com covid-19 e foram contabilizados mais de 520 mil casos de infeção com o novo coronavírus, de acordo com a Direção-Geral da Saúde (DGS).

O primeiro-ministro e a presidente da Comissão Europeia convidaram hoje formalmente os chefes de Estado e de Governo da União Europeia, as suas instituições e os parceiros sociais a participar na Cimeira Social, a realizar em maio, no Porto.
O convite coincide com a visita a Lisboa da presidente e dos membros do colégio de comissários para o lançamento da presidência portuguesa do Conselho da União Europeia (UE) e foi anunciado em comunicado pela Comissão Europeia, antes da conferência de imprensa conjunta de António Costa e Ursula von der Leyen.
“A Europa são as pessoas. São os trabalhadores, as pequenas empresas. São as oportunidades para os jovens. É a solidariedade em tempos de crise. É por esta razão que a Cimeira Social a realizar no Porto, em maio, é tão importante. Com este evento, enviaremos um sinal político muito forte: a União Europeia promove uma recuperação que dá prioridade às pessoas e ao seu bem-estar”, vincou a presidente da Comissão Europeia, citada no comunicado.
Já o primeiro-ministro português defendeu que a UE precisa “de um compromisso comum para tornar o Pilar Europeu dos Direitos Sociais uma realidade”, e é por isso que a presidência portuguesa tenciona “reunir líderes, instituições, parceiros sociais e sociedade civil da UE na Cimeira Social do Porto”, agendada para 07 de maio.
“A dimensão social da UE é absolutamente fundamental para garantir que a dupla transição de que as nossas sociedades necessitam é justa e inclusiva, não deixando ninguém para trás”, reforçou, recordando uma das prioridades da presidência portuguesa — a Europa Social.
Tempo de concretizar. Na agenda, as prioridades da #EU2021PT, destacando a aceleração do processo de vacinação, os Planos de Recuperação e a Cimeira Social do Porto. @EU_Commission e Portugal juntos por uma recuperação económica e social assente nas transições climática e digital pic.twitter.com/UG18n3MvJg
— António Costa (@antoniocostapm) January 15, 2021
A Cimeira Social centrar-se-á “nas formas de reforçar a dimensão social da Europa para enfrentar os desafios ligados às alterações climáticas e à transição digital, a fim de garantir a igualdade de oportunidades para todos, não deixando ninguém para trás”, pode ler-se na nota.
“Inspira-se no plano de ação da Comissão para a aplicação do Pilar Europeu dos Direitos Sociais, que deverá ser apresentado nas próximas semanas. O plano recordará as ações já empreendidas e definirá as novas iniciativas da UE para concretizar os compromissos já assumidos pelos líderes da UE”, prossegue.
Sublinhando que “as transições ecológica e digital estão a mudar a forma como vivemos e trabalhamos” e que, como tal, é necessária uma adaptação a essas mudanças, o texto defende que, “para sair da crise provocada pela pandemia de covid-19, a recuperação tem de ser inclusiva, sustentável e resiliente”.
Fotografia de família com membros do Colégio de Comissários e do @govpt após as várias reuniões bilaterais.#EU2021PT pic.twitter.com/TSyb44cWKc
— António Costa (@antoniocostapm) January 15, 2021
“Para tal, é necessário que aos aspetos sociais seja dada a mesma atenção do que às considerações económicas, e que todos os parceiros desenvolvam um trabalho conjunto”, conclui a nota.
A anterior Cimeira Social da UE teve lugar em novembro de 2017, em Gotemburgo, e resultou na proclamação do Pilar Europeu dos Direitos Sociais.
A Cimeira Social da UE no Porto desencadeará, por sua vez, “o diálogo político ao mais alto nível sobre a forma de revigorar o modelo social europeu e definir uma visão para 2030”, e será organizada em torno de dois eventos: em 07 de maio, terá lugar uma conferência de alto nível, centrada no plano de ação para a aplicação do Pilar Europeu dos Direitos Sociais, seguida de uma reunião informal dos chefes de Estado e de Governo, em 08 de maio.
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